Mais de dois meses após a enchente que deixou 170 famílias desabrigadas em Rio Branco, o nível do Rio Acre registrou queda de 58% ao longo do mês de maio, acompanhada por uma redução significativa no volume de chuvas na capital.
De acordo com a medição da Defesa Civil Municipal, o nível do rio marcou 3,39 metros no sábado (31), representando uma diferença de 4,62 metros em relação ao valor do dia 1º de maio, quando estava em 8,01 metros. Durante o mês, o pico foi registrado no dia 3, com 8,87 metros, e o nível mais baixo, de 3,25 metros, foi alcançado nos dias seguintes.
Em março, o manancial ultrapassou a cota de transbordo (14 metros) no dia 10, alagando 13 bairros e forçando a retirada de dezenas de famílias para o abrigo emergencial montado no Parque de Exposições Wildy Viana, no dia 14 daquele mês.
Chuvas abaixo da média histórica
a o padrão típico do início do verão amazônico, período marcado por menor incidência de chuvas e aumento da temperatura. Segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), a média histórica de chuvas para maio em Rio Branco é de 93 milímetros, mas o acumulado do mês foi de apenas 73,4 mm — ou 79% do esperado.
O mês até começou com registros expressivos de precipitação, como os 23,8 mm no dia 2, mas a maioria dos dias foi de estiagem. O maior volume registrado ocorreu na segunda quinzena, com 26 mm no dia 28.
Alerta para estiagem
Com a chegada do período seco, cresce a preocupação com a possibilidade de estiagem severa, a exemplo do que ocorreu nos últimos anos. Em 2023, o nível do Rio Acre chegou a apenas 1,23 metro no dia 21 de setembro, a menor marca da série histórica.
Órgãos ambientais e de defesa civil seguem monitorando os dados hidrometeorológicos para avaliar possíveis impactos na distribuição de água, navegação fluvial, produção agrícola e ocorrência de queimadas nos próximos meses.