Justiça determina prisão de Policial Penal acusado de matar jovem na Expoacre

Foto: Arquivo pessoal e reprodução

O Ministério Público do Acre (MP-AC) obteve decisão da Justiça acreana para que o policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva tivesse prisão preventiva decretada. Ele é acusado de matar o jovem Wesley Santos da Silva, de 20 anos, que morreu após ser atingido por um disparo de arma de fogo na madrugada do dia 7 de agosto, no último dia da Expoacre 2023.

Raimundo Nonato, que já foi diretor do presídio de Senador Guiomard, havia sido solto em audiência de custódia, realizada no dia seguinte ao crime, e teria que cumprir algumas medidas cautelares, como: não frequentar locais que façam venda ou fornecimento de bebida alcoólica, não entrar em contato com as vítimas e suspensão do porte de arma fora das dependências do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

Contudo, o MP-AC recorreu e, em segunda instância, obteve a decisão para que o policial penal responda ao processo em prisão preventiva. Naquela ocasião, o MP já tinha entrado com recurso contra a decisão.

O recurso foi assinado pelo promotor de Justiça substituto Lucas Bruno Iwakami, que destacou que “a apresentação do recurso só foi possível devido a uma atuação conjunta, que contou com a colaboração de outros membros do MPAC, bem como apoio do Observatório de Violência de Gênero, órgão auxiliar da instituição, ressalto ainda a atuação da procuradora de Justiça, Patrícia Rêgo, que deu parecer favorável ao recurso na segunda instância”.

Crime

O crime ocorreu quando o jovem de 20 anos estava na feira agropecuária comemorando o aniversário que tinha sido no dia 5 de agosto, dois dias antes do crime. A informação consta no depoimento da namorada dele, Rita de Cássia, que também foi ferida com vários disparos que ocorreu em um bar dentro do Parque de Exposições.

A Polícia Militar (PM-AC) informou na época que uma equipe tinha ido ao bar para finalizar a festa que ocorria no estabelecimento porque já havia ultrapassado o horário de funcionamento. Foi quando, na saída das pessoas, ouviu-se os disparos e se formou um tumulto. Segundo a PM, quando os policiais chegaram ao local, Wesley e Rita já estavam no chão baleados.

Em depoimento para a Polícia, quando ainda estava no hospital, a namorada dele contou que ela, o namorado e os amigos foram à feira de agronegócios no domingo (6). A versão dela é que Raimundo Nonato estava muito bêbado e estava se jogando em cima de mulheres e passando a mão. “Contou que Wesley e o tio estavam bêbados e ficavam se jogando em cima das mulheres, tentando se esbarrar para que eles ficassem se esfregando. Em um momento, ele tentou se esfregar nela e se jogou e ela conta que o empurrou”, disse.

Mesmo após o empurrão, Rita conta que o policial continuou a importunando e foi aí que ela o agrediu pela primeira vez. “Na segunda vez que ele se jogou, dei um tapa nele. Quando ele foi retirado outra mulher desconhecida que estava na festa disse que ele tinha feito a mesma coisa”, relata no depoimento.

Já do lado de fora, após a PM encerrar a festa, o casal se encontrou novamente com o policial penal e o irmão dele. Segundo a vítima, os dois começaram a instigar novamente mais uma briga e ela mais uma vez agrediu Raimundo Nonato. Rita conta que neste momento Wesley também interferiu e foi quando o irmão alertou que os dois “levariam tiro”.

No meio da confusão e agressões, o policial puxou a arma e disparou pelo menos cinco ou seis vezes, segundo a jovem. Ela conta que ao sentir o primeiro tiro tentou proteger o namorado. Ela foi ferida na coxa, tornozelo e também no pé. O policial penal, que estava com o tio dele, foram contidos por populares e quase linchados, segundo a PM. (G1)

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