Justiça aceita denúncia contra estudante de Medicina acusada de xenofobia contra acreanos

Foto rede social

A Justiça do Acre aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPAC) contra uma estudante de Medicina acusada de praticar crime de xenofobia nas redes sociais. A decisão é da 1ª Vara Criminal de Rio Branco, que considerou haver indícios suficientes para abertura do processo criminal.

A jovem publicou mensagens ofensivas no dia nove de abril na plataforma X (antigo Twitter). Entre os comentários, ela afirmou sentir “asco de acreanos” e classificou a população local como “povo seboso”. Em outro trecho, declarou que ama o namorado por ele não ser do Acre e disse esperar “nunca mais ter que olhar para esse povo”.

As mensagens viralizaram e geraram forte reação de usuários da rede e da comunidade acadêmica. A Promotoria de Justiça Especializada de Defesa dos Direitos Humanos do MPAC instaurou uma notícia de fato criminal e solicitou a abertura de inquérito policial.

Durante as investigações, a estudante também fez declarações como: “O maior elogio que recebi na vida foi quando a tia do RU perguntou se eu era de fora” e “Acabei de ver uma menina tão bonita que nem parece que é acreana”. Em outro post, ela chamou o estado do Acre de “roça” e afirmou que pretende sair do estado após a formatura para “ser feliz sem ter acreanos estragando o dia”.

O Ministério Público denunciou a estudante com base no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, que criminaliza a prática, indução ou incitação à discriminação ou preconceito por procedência nacional.

Ao aceitar a denúncia, o Judiciário entendeu que estão presentes, em tese, os elementos suficientes que indicam a materialidade do crime. A partir de agora, a acusada passa a responder formalmente à ação penal e poderá apresentar defesa durante o curso do processo.

A repercussão do caso reacendeu o debate sobre preconceito regional e reforçou a importância de mecanismos legais para coibir crimes dessa natureza, especialmente em espaços acadêmicos. O nome da estudante é mantido sob sigilo pela Justiça.

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