Há 27 dias internada no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, a adolescente Maria Luisa Gomes de Oliveira, de 17 anos, vive uma situação crítica. Diagnosticada com escoliose toracogênica severa, a jovem depende de uma cirurgia especializada fora do Acre para sobreviver, mas até agora o procedimento não foi realizado.
A doença já comprometeu seus pulmões e outros órgãos internos, obrigando Maria Luisa a usar oxigênio de forma contínua para conseguir respirar. O pedido de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) foi protocolado com caráter de urgência no início de abril. Apesar do laudo médico que atesta a gravidade do caso, a família ainda aguarda a liberação de um leito no Hospital de Base de São José do Rio Preto, em São Paulo.
Enquanto a espera se prolonga, Maria Luisa enfrenta dores intensas todos os dias, controladas apenas com morfina e medicamentos fortes. “O tempo da minha filha não é o tempo da fila. Cada dia é mais dor. Só queremos uma chance para ela lutar pela vida”, desabafa Jaqueline Gomes, mãe da adolescente.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou que o processo de transferência permanece ativo, mas que a alta demanda de pacientes em pós-operatório tem dificultado a abertura de vagas na unidade de referência. Até o momento, não há previsão para o agendamento da cirurgia.
A família questiona se outras alternativas estão sendo consideradas, como hospitais em outros estados, para agilizar o atendimento. “Eles dizem que agora depende de São Paulo, mas será que não há outro hospital no Brasil que possa recebê-la?”, indaga a mãe.
Em apelo às autoridades de saúde, Jaqueline pede um olhar mais humano para a situação. “Cada segundo conta. Cada dia de espera significa mais sofrimento. Não podemos aceitar que a vida da Maria Luisa fique parada em uma fila”, conclui.
Com informações ac24horas