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O clima pesou entre o vereador João Paulo Silva (Podemos) e a Prefeitura de Rio Branco. Na sessão de quarta-feira, 3, na Câmara Municipal, o parlamentar acusou o Executivo de ter derrubado sua emenda sobre atendimento em Libras na votação da LDO e, dias depois, anunciar exatamente a mesma política como iniciativa própria, sem diálogo com a Casa Legislativa, nem com os grupos que participaram da construção da proposta.
João Paulo disse que o Parlamento foi levado a acreditar que sua emenda não poderia constar no texto orçamentário e que a justificativa usada para barrar o tema não se sustentava. Ao ver o anúncio da Prefeitura publicado na imprensa, descreveu a sensação de ter sido ignorado no processo. “Nós fomos tapeados. Passaram manteiga nas nossas ventas”, afirmou.
O vereador lembrou que a ideia nasceu de uma demanda apresentada pela comunidade surda e reforçada pela Associação das Pessoas com Deficiência. Em maio, ele recebeu representantes do grupo na Câmara, juntamente com a presidente da entidade. O tema também havia sido discutido com a vice-governadora Mailza Assis, onde, posteriormente, apresentou a emenda para garantir que as unidades de saúde tivessem profissionais capacitados em Libras.
O ponto de ruptura, segundo João Paulo, foi a decisão da Prefeitura de vetar a medida no Parlamento e depois anunciá-la como política própria, sem qualquer consulta aos vereadores ou esclarecimento sobre a mudança de posição. “Pegam a ideia do vereador, jogam para dentro do Executivo e ainda dão uma canelada. Taparam a minha voz. Taparam a voz desta Casa Legislativa”, disse.
Para ele, o episódio acende sinal de alerta no momento em que a Câmara se prepara para votar o orçamento municipal. O parlamentar afirmou que a condução do Executivo rompeu a expectativa de diálogo criada no início das negociações. “Se a gente não ficar atento, passam manteiga de novo no orçamento. O jeito como isso foi feito mostra que algo já desandou”, completou.
