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Rio Branco está prestes a dar um passo inédito na saúde pública da Amazônia. A capital poderá ter, pela primeira vez, um programa municipal de produção e distribuição de medicamentos fitoterápicos — com a marca e a força da biodiversidade acreana. A proposta, batizada de Farmácia Verde, é de autoria do preidene da Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Joabe Lira (UB)
A iniciativa vai muito além da fitoterapia tradicional. O projeto integra conhecimento científico, saberes populares e cultivo sustentável, prevendo a criação de um horto municipal, pesquisa de espécies nativas, capacitação de profissionais da saúde e incentivo à agricultura familiar para produção das plantas.
“Nosso diferencial é incluir no programa espécies amazônicas que hoje não estão no catálogo nacional de fitoterápicos”, explica o farmacêutico e professor da Ufac, Dayan Marques, que coordena a parte técnica da implantação, durante a Tribuna Populr, realizada na quinta-feira, 14, no parlamento municipal, a pedido do autor do PL.
Segundo Marques, o programa funcionará em três níveis: hortos medicinais em postos de saúde para uso comunitário, produção e secagem de plantas com prescrição médica, e um laboratório para manipulação de medicamentos fitoterápicos. O espaço, instalado na Ufac, já foi reformado e está pronto para operar dentro das normas da Vigilância Sanitária.
Além de ampliar as opções terapêuticas do SUS, a Farmácia Verde promete reduzir custos com medicamentos industrializados e gerar renda a agricultores locais por meio de arranjos produtivos. “Com essa lei, garantimos que o projeto não seja descontinuado com mudanças de gestão e que se torne referência para todo o país”, afirmou Joabe Lira.
O convite para visitar o laboratório e o viveiro na Ufac foi reforçado aos parlamentares e à população. “A expectativa é de que, com a aprovação, Rio Branco se torne exemplo nacional de como saúde, sustentabilidade e cultura podem caminhar juntas”, finalizou Joabe.