Instalação da Aprosoja no Acre ganha força em meio a críticas à repressão ambiental

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Foto: Assessoria Faeac

O Acre pode estar prestes a dar um passo decisivo para a consolidação de sua representatividade no setor agro. A instalação da Aprosoja no estado — associação que reúne produtores de soja e milho — entrou de vez no radar após a participação de representantes de Rondônia na Expoacre 50 anos. O evento, que tradicionalmente movimenta o debate econômico na região, se tornou palco para um grito de alerta: ou o Acre escolhe produzir com responsabilidade e liberdade, ou continuará estagnado sob o peso da criminalização do setor produtivo.

A iniciativa de fundar a Aprosoja Acre busca dar voz própria aos sojicultores, hoje representados de forma ampla pela Federação da Agricultura. A proposta é criar uma entidade específica, com foco direto na cadeia da soja — segundo produto mais importante da pauta de exportação do estado.

“A gente precisa tratar quem produz com respeito, com segurança e com incentivo. O que vemos hoje é o contrário: repressão, burocracia e criminalização de quem quer investir no Acre”, pontuou Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura.

O projeto, no entanto, ainda depende da decisão dos próprios produtores locais, que precisam se organizar e deliberar sobre a criação da associação. Caso avance, a Aprosoja Acre pode se tornar um elo estratégico entre o setor e os debates sobre sustentabilidade, meio ambiente e desenvolvimento regional.

“Ninguém está defendendo desmatamento ou destruição. Estamos defendendo o direito de trabalhar, gerar emprego, produzir. O que não dá é para aceitar um estado onde seis mil propriedades estão embargadas e o produtor tratado como criminoso”, completou Veronez.

As críticas à atuação de órgãos ambientais, especialmente o Ibama, foram intensas. Segundo os produtores, há um ambiente hostil ao investimento e à expansão da agricultura, com leis mal aplicadas e ausência do poder público na mediação dos conflitos.

Outro ponto sensível levantado é a contaminação política nas instituições de produção. “O debate político está em tudo aqui. Mas a Aprosoja é apartidária. Nosso compromisso é com o desenvolvimento, com o futuro”, reforçou Victor Paiva, diretor executivo da Aprosoja Rondônia.

O momento é visto como uma oportunidade histórica para o Acre. Com a aproximação do porto de Xangai via rota interoceânica, a produção local ganha competitividade global. Mas, para isso, de acordo com Assuero Veronez, “é preciso deixar de penalizar quem investe e acredita no estado”.

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