O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira (17) que a inflação recuou em março de 2025 para todas as faixas de renda no Brasil, em comparação com fevereiro. O alívio nos preços foi mais perceptível entre as famílias de renda muito baixa, cuja taxa caiu de 1,59% para 0,56%. Já entre os mais ricos, a inflação passou de 0,90% para 0,60%.
Menor impacto para famílias de baixa renda
Segundo o Ipea, a desaceleração da inflação entre os mais pobres foi influenciada por reajustes modestos na tarifa de energia elétrica (0,12%) e pela queda nos preços de transporte público, como ônibus urbano (-1,1%) e metrô (-1,7%).
Apesar disso, o grupo de renda muito baixa ainda enfrentou aumento em alimentos consumidos em casa, com destaque para:
- Tomate: +22,6%
- Ovos: +13,1%
- Café: +8,1%
- Leite: +3,3%
Houve também alívio em itens como:
- Arroz: -1,8%
- Feijão-preto: -3,9%
- Carnes: -1,6%
- Óleo de soja: -2,0%
Classe alta também sentiu desaceleração
Entre as famílias de maior renda, o principal fator de recuo foi o fim dos reajustes em mensalidades escolares. O grupo educação passou de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março.
No entanto, essas famílias enfrentaram alta nos preços em áreas como:
- Passagens aéreas: +6,9%
- Serviços de lazer e recreação: +1,2%
Inflação sobe na comparação anual
Embora março tenha apresentado desaceleração mensal, no comparativo com março de 2024, todas as faixas de renda apresentaram aceleração da inflação, com impacto mais severo entre as classes mais altas.
No acumulado dos últimos 12 meses:
- Renda muito baixa: 5,24%
- Renda alta: 5,61%
As maiores pressões inflacionárias vieram dos grupos:
Alimentos e bebidas: Carnes (+21,2%), aves e ovos (+12,1%), óleo de soja (+24,4%), leite (+11,9%) e café (+77,8%)
Saúde e cuidados pessoais: Produtos farmacêuticos (+4,8%), serviços de saúde (+7,8%) e planos de saúde (+7,3%)
Transportes: Ônibus urbano (+5,1%), transporte por aplicativo (+18,3%), gasolina (+10,9%) e etanol (+20,1%)