Indústria alimentícia do Acre resiste à crise e aposta na força local para seguir crescendo

Foto Fieac

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Após liderar campanha nascida na pandemia para valorizar os produtos acreanos, o dirigente aponta que a Expoacre é hoje uma vitrine essencial para mostrar a qualidade da indústria local e manter o setor ativo diante dos desafios nacionais e internacionais.

Em tempos de incerteza econômica, a indústria alimentícia do Acre tem mostrado resiliência e visão estratégica. Quem afirma é José Luiz Assis Felício, presidente do Sindicato das Indústrias dos Produtos Alimentares do Estado do Acre (SINDIPAAC), que conversou com exclusividade com o Portal Correio OnLine durante a Expoacre 2025.

Na ocasião, ele celebrou o impacto positivo de uma campanha iniciada ainda na pandemia, que incentivou o consumo de produtos locais em um período crítico para o setor produtivo. “Criamos essa mobilização para manter as empresas abertas, gerar empregos e aquecer a economia acreana. De lá pra cá, evoluímos muito. Fortalecemos o sindicato, participamos de feiras, investimos em capacitações e levamos produtores para fora, em busca de inovação e melhores práticas”, relembra.

Segundo Felício, o momento atual é desafiador. “Estamos vivendo uma retração no poder de compra, e não podemos simplesmente subir os preços. O consumidor está mais cauteloso, e nosso dever é entregar qualidade com preço justo”, avalia.

A nova preocupação do setor são os tarifaços impostos pelos Estados Unidos. “As grandes empresas que exportavam para fora agora vão jogar seus produtos no mercado interno. Com maior escala, elas conseguem baixar os preços e nos empurram para uma concorrência injusta. E a nossa logística, por estarmos longe dos grandes centros, encarece tudo. Estamos jogando com o que temos”, lamenta.

Mesmo diante de tantos obstáculos, o presidente do SINDIPAAC reforça que a Expoacre representa uma oportunidade estratégica. “Montamos um estande com vitrines atraentes para mostrar que o Acre produz alimentos com qualidade. Queremos que o consumidor acreano conheça, valorize e confie no que é feito aqui. Essa é uma vitrine não só para negócios, mas para autoestima da indústria local.”

Por fim, Felício ressalta que “a indústria é a base de tudo. É o que sustenta o comércio, os serviços, o emprego e a renda. E se o governo e a sociedade caminharem junto com quem produz aqui, a gente passa por qualquer crise. O que não podemos é recuar.”

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