Acordo prevê suporte técnico e estrutural a até 40 brigadas indígenas em cinco estados brasileiros
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) firmou um acordo de cooperação com a Fundação Bunge para fortalecer o trabalho de até 40 brigadas indígenas no combate a queimadas e incêndios florestais em áreas de floresta e territórios tradicionais. O anúncio foi feito nesta terça-feira (29), em Brasília.
A parceria integra as ações do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Ibama, e tem dois eixos principais: formação de brigadistas e implantação de salas de situação móveis, que servirão como centros de monitoramento e resposta rápida. Ao todo, serão seis salas, distribuídas nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão e Tocantins.
A Fundação Bunge já realizou a doação de equipamentos como kits com drones e notebooks, além de computadores de alta performance, monitores, microfones e TVs para auxiliar nas ações de prevenção e combate ao fogo. A estrutura se soma ao apoio logístico já existente no Prevfogo, que conta atualmente com sete aeronaves modelo AW119 Koala, utilizadas especialmente em regiões de difícil acesso.
O acordo, que inicialmente teria duração de seis meses, foi ampliado para dois anos, garantindo maior estabilidade nas operações.
Crescimento das brigadas e foco na inclusão
Em 2024, o número de brigadistas vinculados ao Prevfogo chegou a 2.227 agentes, contra 1.792 registrados em 2022. Desse total, 61 brigadas eram formadas exclusivamente por indígenas, o que representa cerca de 57,5% das unidades em operação no ano passado. O programa completou 36 anos de atuação em 2025.
Segundo a diretora-executiva da Fundação Bunge, Cláudia Calais, a parceria reforça a missão da instituição de promover a inclusão social, incentivar a responsabilidade ambiental e fomentar práticas ligadas à economia de baixo carbono. A fundação atua por meio do Projeto Semêa, que promove a recuperação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais, com a participação de produtores rurais, agricultores familiares e povos tradicionais.
“Nosso objetivo é oferecer condições, especialmente tecnológicas e de formação, para que os povos tradicionais se tornem os verdadeiros guardiões de seus territórios, atuando na prevenção e no combate ao fogo, além de protegerem suas reservas contra ocupações indevidas e desmatamentos ilegais”, destacou Calais.
A cooperação entre Ibama e Fundação Bunge representa um reforço estratégico nas ações de enfrentamento às queimadas, sobretudo em um cenário de crescente alerta ambiental em todo o país.
Com informações Agência Brasil
Foto de Jader Souza/AL Roraima