“O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”. (Platão)
GREVE DE FOME NUNCA TERMINA BEM
Na política, quem faz greve de fome quase sempre termina com água de soro e derrota moral. Não muda nada, não conquista nada e ainda sai com fama de exagerado. Eber Machado resolveu entrar para lista. Boa sorte ao estômago — porque ao projeto, o jejum não ajuda.
MUDANÇA NA CALADA, DESCULPA NA LUZ DO DIA
A prefeitura mudou o Centro POP de madrugada. A justificativa? “Durante o dia, atendemos o povo”. À noite, pelo visto, se dribla o povo. A real? Evitar protesto, fugir de desgaste e empurrar a bomba sem plateia. O nome disso não é gestão — é operação camuflada.
PRÓ-VIDA ATÉ O PARTO
Tem deputado que adora pregar moral de palanque, defender “a família” com a Bíblia numa mão e o voto conservador na outra. Mas quando a mãe morre parindo no hospital público, o discurso some. Não tem nota, não tem fala, não tem indignação. A estrutura da saúde pública do Acre virou um campo minado para gestantes — e os que gritam “vida acima de tudo” somem quando ela se esvai numa maca. Defender a vida depois do enterro é fácil. Quero ver é cobrar antes da tragédia.
EDVALDO NÃO FUGIU
No meio do silêncio conveniente, quem não se escondeu foi Edvaldo Magalhães. Subiu à tribuna, deu nome aos absurdos e expôs o que muitos preferem varrer para debaixo do tapete. Não é de hoje que o deputado faz o que parlamentar tem que fazer: falar quando a dor é real. Enquanto uns correm da pauta, ele encara — com microfone na mão e vergonha na cara.
IPHONE PARA QUÊ?
Em Tarauacá, a prioridade da comunicação oficial agora tem sobrenome: Pro Max. O celular de até R$ 12 mil virou “demanda institucional”. Faltou só dizer que é para melhorar a selfie do gestor.
NOVA LICITAÇÃO, VELHAS VONTADES
A compra seria por dispensa de licitação, amparada pela nova lei. A pergunta é: e a vergonha, também foi dispensada?
IPHONE 16 E A REALIDADE PARALELA
Enquanto o povo encara fila na saúde e estrada esburacada, a prefeitura cogita iPhone 16 Pro Max para uso oficial. Em Tarauacá, o futuro chegou — mas só para quem está no gabinete.
MINISTÉRIO PÚBLICO NA LINHA
O MP foi rápido no gatilho e quer saber se a compra faz sentido ou só viral. Razoabilidade, interesse público… ou só luxo com Wi-Fi?
FALA VERDE, AGE CINZA
O Acre lidera proporcionalmente a perda de floresta primária no Brasil. Mas está sediando, com pompa e drone, a 15ª reunião dos defensores do clima. A vitrine é de bioeconomia, mas o estoque no fundo do galpão é desmatamento.
CLIMA NO PALCO, MOTOSSERRA NO QUINTAL
Enquanto o governador Gladson Cameli discursa “em inglês ensaiado para gringo aplaudir””, o mapa da Global Forest Watch pinta o Acre de vermelho. O estado virou um desses perfis de rede social: cheio de filtro na frente, mas implodindo por dentro.
O SHOW DO VERDE EM TRÊS ATOS
Ato 1: autoridade posa sorrindo ao lado de indígenas e diplomatas.
Ato 2: release fala em proteção da floresta.
Ato 3: o satélite mostra o rastro do fogo.
Fim: a plateia internacional aplaude, sem saber que a mata caiu quando desligaram os refletores.
CRÉDITO DE CARBONO, DÍVIDA MORAL
Falam em fundo verde, REDD+, pagamentos por serviços ambientais. Tudo bonito no papel. Mas quem perde a floresta não é o investidor, é o seringueiro que não tem estrada, o agricultor empurrado para a beira do corte, o Estado que não fiscaliza porque “falta viatura”.
PROTAGONISMO DE EVENTO, OMISSÃO DE GOVERNO
O Acre sabe sediar. Sabe organizar mesa de abertura, coffee break com castanha e slogan com “sociobio”. Mas não sabe mandar técnico para o campo, nem barrar grilagem. Protagonismo não é microfone, é medida publicada no DOE.
MESA OU BALCÃO DO PREFEITO?
Hoje, a mesa da Câmara de Rio Branco parece mais uma extensão do gabinete do Executivo. Falta só a placa: “Atendimento das 9h às 12h – exceto quando o prefeito liga”. Fiscalizar? Só se não atrapalhar a base.
VÁCUO DE LIDERANÇA
Quem espera da mesa uma postura firme diante dos escândalos, vai esperando sentado. Porque de pé, só a omissão mesmo. Liderança zero, coragem nenhuma. O poder existe, mas não é exercido — é terceirizado.