Governo cria Câmara Setorial para fortalecer agropecuária indígena no Brasil

Foto Ministério da Agricultura

Durante visita à Aldeia Piarauçu, no Mato Grosso, onde acompanhou o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o cacique Raoni e outras lideranças indígenas, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a criação da Câmara Setorial de Agropecuária Indígena.

A medida, segundo o ministro, visa dar agilidade às demandas dos povos originários em relação à produção agrícola e ao fortalecimento da segurança alimentar nas aldeias. “É o jeito mais rápido de atender. Com representatividade direta dos agricultores indígenas, as necessidades chegam com clareza e mais eficiência”, destacou Fávaro.

A decisão foi tomada após reunião com a presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Eliane Xunakalo, e com representantes de diversas terras indígenas da região. A Fepoimt representa cerca de 60 mil indígenas, pertencentes a 46 povos diferentes no estado.

As Câmaras Setoriais e Temáticas do Ministério da Agricultura funcionam como fóruns de discussão que envolvem diferentes agentes das cadeias produtivas, desde produtores e empresários até técnicos governamentais, promovendo debates sobre manejo, produção, comercialização e políticas públicas do setor.

Durante o encontro, também foram discutidas medidas para impulsionar programas do Mapa voltados à segurança alimentar e geração de renda nas comunidades indígenas. O ministro ressaltou investimentos significativos já em andamento, como os R$ 12 milhões destinados ao projeto com a UFMT para os Xavantes e os R$ 2 milhões aplicados com o IFMT junto aos Tapirapé.

Essas ações incluem capacitação de agricultores indígenas, mecanização agrícola, desenvolvimento de áreas produtivas e valorização da cultura alimentar tradicional. Um exemplo de sucesso citado foi o mel produzido por indígenas do Xingu, que já possui o Selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e é comercializado em redes de supermercados de alcance nacional.

Produtos como o óleo de pequi e a pimenta em pó, também oriundos de comunidades indígenas do Mato Grosso, ganham destaque e estão na mira de ações voltadas à certificação e expansão de mercado, por meio do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) e do Selo Arte.

Com a criação da nova Câmara Setorial, o governo federal pretende consolidar um canal direto entre os povos indígenas e o Ministério da Agricultura, promovendo desenvolvimento sustentável com respeito à diversidade cultural e ao protagonismo indígena na agropecuária brasileira. (Com informações do Ministério da Agricultura)

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