Foto: Sérgio Vale
O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Acre, deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB), anunciou na quarta-feira, 8, um avanço importante nas relações comerciais entre o Brasil e o Peru: a liberação da entrada do morango peruano no Acre e no mercado brasileiro, após tratativas realizadas em Lima entre representantes dos dois países. Segundo o parlamentar, a medida representa uma conquista econômica relevante para os consumidores e para o setor produtivo.
“O governo brasileiro já cumpriu sua parte, a entrada do morango está autorizada e já saiu no Diário Oficial. Agora aguardamos que o governo peruano libere também a entrada dos ovos do Acre”, afirmou Gonzaga, citando a participação de autoridades como o secretário de Agricultura, Assuero Veronez, o secretário de Planejamento, Arnaldo Ricardo, e o superintendente do Mapa, Paulo Trindade.
O parlamentar destacou que o morango peruano, além de orgânico, tem maior qualidade, sabor e preço mais acessível. “Uma caixa de 10 quilos custa 120 soles em Porto Maldonado, o que facilita o acesso da população acreana a um produto melhor e mais barato”, ressaltou.
Gonzaga agradeceu o apoio do governo do Estado, do Ministério da Agricultura e do governo federal, sublinhando a boa relação institucional que permitiu o avanço das negociações bilaterais.
Alerta sobre a produção de farinha
Durante o mesmo pronunciamento, o deputado fez um alerta sobre o risco de enfraquecimento da produção de farinha em Cruzeiro do Sul, um dos símbolos culturais e econômicos da região. Ele lamentou que os jovens estejam abandonando a atividade e defendeu investimentos em industrialização e modernização para garantir a continuidade do setor.
“A farinha é a cara de Cruzeiro do Sul, a melhor do mundo. Mas os produtores estão cansados, e os jovens não querem mais seguir na atividade. Precisamos apoiar a agricultura familiar e garantir renda digna aos produtores”, destacou.
Gonzaga revelou que já iniciou tratativas com o secretário de Planejamento e com o gestor Fábio Vaz para viabilizar um projeto de criação de uma miniindústria de farinha, com possível financiamento do Banco do Brasil ou do Banco de Desenvolvimento da Infraestrutura (BDI).
Potencial da bioeconomia no Juruá
O deputado também mencionou iniciativas voltadas ao aproveitamento sustentável dos recursos naturais do Vale do Juruá, citando o exemplo da Copacintra, que fornece óleo de murumuru para a linha Ekos, da Natura. Gonzaga defendeu a expansão da cadeia produtiva do óleo de buriti, com apoio técnico do governo estadual e busca de recursos do Fundo Clima, voltado a projetos sustentáveis de baixo carbono.
“O Juruá é uma região riquíssima. O óleo de buriti, o murumuru, a farinha e tantos outros produtos podem transformar a vida dos nossos ribeirinhos e agricultores. Precisamos transformar essa riqueza em desenvolvimento real para o nosso povo”, concluiu.