Foto: Diego Gurgel/Secom
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), deixou claro nesta quinta-feira, 9, que qualquer tratativa relacionada às eleições de 2026 só poderá ocorrer com sua autorização direta. A declaração, feita durante coletiva de imprensa, foi interpretada como uma resposta à movimentação recente de dois auxiliares de confiança — Luiz Calixto e Jonathan Donadoni, chefe da Casa Civil — que acompanharam a vice-governadora Mailza Assis (PP) em uma visita ao diretório estadual do MDB, em Rio Branco.
O encontro entre representantes do governo e o MDB havia sido visto como um gesto de reaproximação política. Mailza, Calixto e Donadoni foram recebidos por Vagner Sales e outras lideranças emedebistas, num diálogo que buscava deixar para trás as tensões geradas nas eleições municipais de 2024, especialmente em Cruzeiro do Sul, onde o grupo de Donadoni apoiou Zequinha Lima (PP) contra Jéssica Sales (MDB). A reunião terminou com apertos de mão e promessas de “abertura” na futura chapa majoritária, incluindo espaços para vice e Senado — declarações que acabaram provocando desconforto no Palácio Rio Branco.
Durante a coletiva, Gladson inicialmente elogiou a visita, classificando-a como um gesto de humildade política e disposição ao diálogo. Porém, ao ser questionado sobre as falas de Donadoni sobre 2026, o tom mudou. “Eles não estão autorizados a falar sobre sucessão. Está bem definido: Mailza é minha candidata ao governo, e eu já converso com o senador Márcio Bittar sobre a composição da segunda vaga ao Senado”, afirmou o governador.
Gladson reforçou que pretende disputar o Senado nas próximas eleições e admitiu que, se necessário, deixará o cargo em abril de 2026. Segundo ele, a montagem da chapa majoritária será conduzida diretamente por sua coordenação política. “Não vou permitir que secretários falem sobre a segunda vaga do Senado. Essa decisão será tomada em conjunto, mas sob minha condução”, pontuou.
Questionado sobre a possibilidade de o MDB indicar o nome para vice-governador, Cameli adotou tom conciliador e não descartou a hipótese. “Por que não? A Jéssica é um bom nome. Tudo pode acontecer. O importante é que a aliança seja construída com diálogo e responsabilidade.”
O governador encerrou reafirmando que Mailza Assis será sua candidata à sucessão estadual e que o alinhamento com Márcio Bittar será mantido. “As cartas estão na mesa. Quem quiser disputar, que dispute, mas sem colocar em dúvida o rumo que já definimos para o futuro do Acre.”