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Estado já dispõe de rebanho com padrão nacional e internacional, mas desafio é qualificar o produtor e ampliar a técnica no campo
A pecuária acreana vem passando por um processo silencioso de evolução. Para o médico veterinário João Paulo Peterle, consultor em genética e reprodução animal, o estado já reúne condições para competir em pé de igualdade com outras regiões do Brasil quando o assunto é qualidade do rebanho.
“Às vezes, a gente acha que o Acre está um pouco atrás em relação à evolução da pecuária, mas não. O estado já tem genética de excelente qualidade. O desafio agora é avançar cada vez mais”, destacou.
Segundo Peterle, a modernização do setor passa pela adoção de critérios técnicos mais rigorosos, que vão da avaliação da fertilidade à seleção de animais com maior eficiência produtiva. Para ele, essa é a chave para transformar a pecuária num negócio mais rentável, independentemente do tamanho da propriedade.
“Não adianta só ter gado bonito. Ele precisa ser produtivo, emprenhar e trazer retorno. A genética bem feita garante exatamente isso. Hoje, um único animal pode entregar o equivalente a dois, e essa é a lógica que buscamos aplicar no Acre”, explicou.
O especialista ressalta que, no Bioma Amazônico, a genética deve caminhar junto com a sustentabilidade. “É produzir sem desmatar, com mais resultado em menos espaço. Essa é a pecuária que faz sentido na Amazônia e que já está acontecendo aqui”, reforçou.
Para ele, outro ponto crucial é a formação do produtor. “Hoje em dia, não é só o gado que precisa ser bom. O produtor também precisa melhorar. Tem que pensar na qualidade da produção e de quem produz. Esse é o investimento que vai garantir retorno no futuro”, completou.