Feijó se torna vitrine da bioeconomia brasileira com indústria pioneira de açaí

Foto: Prefeitura de Feijó

Foto: Prefeitura de Feijó

O município de Feijó acaba de protagonizar um marco histórico na bioeconomia brasileira: será sede da primeira indústria de açaí com selo de Indicação Geográfica (IG) do país. A conquista representa mais que uma fábrica — é a concretização de um sonho coletivo, articulado por produtores, cooperativas e instituições comprometidas com o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

A unidade será gerida pela Cooperativa de Produtores, Coletores e Batedores de Açaí de Feijó (Acaicoop) e construída com investimento superior a R$ 6 milhões, com recursos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e contrapartidas locais. O empreendimento, que ocupará um terreno no parque industrial do município, deverá processar mais de 60 toneladas de açaí por mês, com geração estimada de 50 empregos diretos e impacto direto na vida de pelo menos mil famílias da cadeia produtiva.

Desde que conquistou, em 2023, o inédito selo de Indicação Geográfica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o açaí de Feijó passou a ser reconhecido não apenas por sua qualidade, mas por representar uma origem única. Com a instalação da indústria, esse reconhecimento ganha escala e valor: o produto local deixa de ser apenas matéria-prima e passa a ser marca, geração de renda e narrativa de território.

“Vamos transformar o açaí, um símbolo da nossa cultura, em uma potência que transformará a vida das famílias e produtores envolvidos na cadeia. É uma alegria que não cabe na gente”, afirmou Júlia Gomes, presidente da Acaicoop.

Indústria como estratégia de soberania produtiva amazônica

A nova agroindústria se insere num momento estratégico para o Acre e para a Amazônia: o avanço da bioeconomia como vetor de desenvolvimento regional com protagonismo local. Para além do impacto econômico, o projeto representa a industrialização da biodiversidade com base em modelos comunitários e cooperativos, fortalecendo a autonomia de pequenos produtores e combatendo a lógica extrativista predatória.

Segundo o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, essa é mais uma etapa do plano de diversificação e fortalecimento das cadeias produtivas do estado. “Já avançamos na industrialização de grãos, proteína animal e frutas. Agora chegou o momento de transformar o açaí de Feijó em referência de valor agregado, inclusão social e identidade amazônica”, explicou.

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