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O Orçamento da União para 2026 escancara uma escolha política que pesa no bolso de quem mais precisa. Enquanto o Congresso Nacional autorizou a liberação de R$ 61 bilhões em emendas parlamentares, o programa Farmácia Popular sofreu um corte de R$ 500 milhões em relação à previsão inicial, reduzindo recursos destinados ao acesso a medicamentos básicos no país.
A redução atinge um dos principais programas de assistência farmacêutica do Brasil, responsável por garantir medicamentos gratuitos ou com desconto para o tratamento de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e asma. Para milhões de brasileiros de baixa renda, a Farmácia Popular é a diferença entre manter ou interromper um tratamento contínuo.
Nos bastidores do Orçamento, analistas apontam que o corte faz parte das negociações políticas que viabilizaram a aprovação da peça orçamentária, especialmente em um cenário pré-eleitoral. Para acomodar o volume elevado de emendas — que ampliam o poder dos parlamentares sobre o destino dos recursos públicos — áreas sociais acabaram absorvendo o ajuste.
Na prática, a diminuição da dotação pode comprometer o financiamento de medicamentos e a manutenção da rede credenciada ao longo de 2026. Especialistas alertam que, sem recomposição dos recursos, o impacto tende a ser sentido diretamente nas farmácias conveniadas e, sobretudo, na rotina de quem depende do programa para controlar doenças e evitar agravamentos de saúde.
Enquanto o volume de recursos sob influência política cresce, o corte na Farmácia Popular reforça um dilema recorrente do orçamento público brasileiro: a conta do ajuste segue recaindo sobre quem já enfrenta dificuldades para acessar direitos básicos, como o tratamento contínuo de saúde.
