Famílias que moravam em área de invasão desapropriada acampam em quadra esportiva

Foto Ac24horas

Pelo menos 31 famílias que moravam na área de invasão conhecida como Terra Prometida, no bairro Irineu Serra, em Rio Branco, estão acampadas em uma quadra esportiva no bairro Jorge Lavocat após a reintegração de posse no terreno que terminou na última sexta-feira (18).

Gaston Almeida, que também morava na Terra Prometida, mas não está acampado na quadra, contou que as famílias preferiram ir a esse local, e não para o abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana, por ficar longe das escolas onde os filhos estudam, e também por temerem uma organização criminosa que atua na região. Ele fez um vídeo do local, que mostra as famílias instaladas na quadra.

Pela filmagem, é possível perceber as famílias, com divisórias feitas com lençóis. Também é possível ver os moradores deitados em colchões no chão, além de fogões, panelas, e televisores.

Foto: Reprodução

“Não foi ninguém do governo lá conversar com as famílias. As famílias não foram [para o Parque de Exposições] porque entendem que é inviável elas irem pra lá e também é inseguro. Porque tem familiares que moram próximo da área que foi reintegrada, e aí eles têm esse apoio familiar que é lá, e também os filhos estudam na escola próximo, e também tem uma questão bem agravante que é de lá se tratar de uma organização, de facção”, conta.

Almeida diz que houve rumores de que os moradores da invasão seriam integrantes de uma facção rival da que atua na região do parque, e por isso o temor de que a chegada das famílias à região provocaria confrontos. Ele cobra que o governo também dê assistência a essas famílias.

“Mas, o governo se nega a dar assistência na área onde eles estão, com argumento de que tem essa estrutura pra eles e só querem dar se for lá”, acrescenta.

O que diz o governo

O g1 tentou ouvir a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasd) sobre as famílias acampadas na quadra esportiva, mas não obteve retornou até esta publicação. Conforme o governo, a área reintegrada deve ser usada, futuramente, para construção de casas populares com os recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida. A obra será executada pela Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo (Sehurb), segundo o site oficial do governo.

A primeira etapa, prevista para começar no final do ano, é planejada para construção de 234 apartamentos de 40 metros quadrados. No total, o governo diz que vai construir 1,2 mil apartamentos na localidade.

Ariadne Lemos, diretora Operacional da Sehurb, conta: “Na primeira etapa será realizada a construção de 234 apartamentos de 40 metros quadrados. Porém, no momento, estamos voltados para a fase de demolição e limpeza da área, seguida de um cercamento imediato”, consta no site oficial do governo. (G1)

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