A família do jovem Maycon Douglas Nascimento Furtado, que fraturou a coluna ao cair de uma altura de 12 metros quando trabalhava em uma torre na zona rural de Epitaciolândia, no interior do Acre, reclama de negligência durante o atendimento ao rapaz de 21 anos no hospital Raimundo Chaar, em Brasiléia.
O jovem deu entrada na unidade por volta do meio-dia do último sábado (22) com muitas dores na coluna. A agricultora Rosiane do Nascimento, mãe dele, afirma que só foi feito exame de raio-X após uma hora da chegada dele à unidade. Além disso, enquanto aguardavam, não teria sido feito nenhum atendimento, mesmo o jovem sofrendo com as dores.
“Quando ele chegou o rapaz que faz o raio-X, da tomografia, não estava. Ele passou mais de uma hora e meia para poder chegar. Quando o médico viu o raio-X ou a tomografia e qual era o estado dele, não foi acionado nem a unidade de transporte avançado nem o helicóptero para ir buscá-lo”, alega.
Outra alegação é de que a transferência do jovem à capital só foi feita 1h, já na madrugada do domingo (23), mais de 12h após a entrada do paciente na unidade. Além disso, o rapaz só teria sido levado até a capital quando uma ambulância veio de Rio Branco para levar um outro paciente à Brasiléia.
“Ele ficou até mais de horas jogado lá sentindo dor e não fizeram nada por ele, até que a gente assinou um termo para um médico, que chegou e começou a ver o descaso. Aí decidiram trazê-lo”, reclama.
O g1 entrou em contato com a direção do hospital Raimundo Chaar, que preferiu não se posicionar no momento e que precisaria analisar o prontuário para saber o que ocorreu no atendimento ao jovem. A Secretaria de Estado de Saúde não retornou o contato até esta publicação.
Acidente
Segundo Rosiane, Maycon trabalha para uma empresa e estava fazendo a ampliação de conexão de internet para uma festa que aconteceu no local. Ela relata que a empresa fornece equipamentos de segurança, mas o colega responsável por levá-los teria esquecido, e o filho decidiu subir mesmo assim. Ele se amarrou a uma corda, e acabou caindo.
Em Rio Branco, Maycon passou por uma cirurgia na coluna, e segue internado na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre). Ele ainda sente muitas dores e não consegue mover as pernas.
Amigos e parentes têm feito campanhas para pedir doações à família durante a permanência em Rio Branco, mas Rosiane informou que o dono da empresa veio à capital acreana para acompanhá-los e tem dado apoio.
“O dono está arcando com todas as despesas, acompanhou no hospital, desde o pronto-socorro”, conta. (G1)