A escolha do Curupira como mascote oficial da COP30, evento climático global que será realizado em novembro, em Belém do Pará, provocou uma onda de críticas e reações nas redes sociais — especialmente após o comentário do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que ironizou a decisão.
Em publicação no X (antigo Twitter), Nikolas afirmou: “Excelente escolha pra representar o Brasil e nossas florestas: anda pra trás e pega fogo.”
A fala do parlamentar gerou forte repercussão e foi duramente criticada por lideranças políticas e culturais. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), não deixou passar em branco. “Anda pra trás é quem não conhece e desrespeita a cultura popular brasileira e amazônica”, escreveu Barbalho, também na rede social, ao defender a escolha do mascote e a importância simbólica do personagem para os povos da floresta.
A ministra Sônia Guajajara também se pronunciou. “Nível de conhecimento da cultura brasileira dos deputados. Depois esses querem ser os defensores da pátria.”
Afinal, quem é o Curupira?
O Curupira é uma das figuras mais conhecidas do folclore brasileiro, especialmente entre os povos indígenas da Amazônia. Com cabelos de fogo e pés virados para trás, ele é o guardião das matas. Seu papel é proteger a floresta contra caçadores, invasores e quem comete crimes ambientais.
A inversão dos pés não simboliza que ele “anda para trás”, mas é uma estratégia de defesa: ele engana seus perseguidores, deixando rastros no sentido oposto, confundindo quem tenta segui-lo. A imagem do “fogo” remete à força mística e à fúria da floresta quando atacada.
A origem do Curupira remonta ao século XVI, com registros do padre José de Anchieta. O personagem representa o elo espiritual entre os povos originários e a natureza, sendo símbolo de proteção e resistência.