Fábio Araújo denuncia contradições em planilha de subsídio do transporte coletivo e critica novo pedido de reajuste

Foto: Assessoria

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Em discurso na Câmara Municipal, o vereador Fábio Araújo criticou duramente o projeto de lei em tramitação que prevê um acréscimo de quase R$ 3 milhões ao subsídio já concedido à empresa responsável pelo transporte coletivo de Rio Branco. Segundo ele, os dados não se sustentam diante da realidade.

O parlamentar iniciou sua fala lembrando que, ao atualizar documentos no Detran, encontrou no prédio da OCA um ponto de recarga de passagens operado pela própria empresa. “A raposa está cuidando do galinheiro. A mesma empresa que controla a catraca é quem arrecada a bilhetagem. Tudo passa pela mesma mão”, afirmou.

De acordo com Fábio, o cenário atual é de redução de frota e de pessoal, mas, ainda assim, a empresa solicita aumento no repasse e no valor da tarifa. “Em 2023, a planilha falava em 116 ônibus. Agora são apenas 99. O número de trabalhadores também caiu, e até o gasto com pessoal diminuiu. Mas pedem um reajuste de R$ 1 por passagem. É incoerente”, ressaltou.

Outro ponto questionado foi a depreciação de veículos. “Na lógica contábil, a depreciação cai ano após ano. Mas, na tabela da empresa, acontece o contrário: em 2023 era R$ 893, agora aparece em R$ 908. É uma depreciação invertida, uma aberração”, ironizou o vereador.

Fábio também rebateu o argumento de que o aumento é necessário para garantir o reajuste de 17% aos trabalhadores do transporte. Ele destacou que apenas 7% seriam de salário e 10% de auxílio alimentação. “Fiz os cálculos com os 17% integrais e o impacto seria de R$ 270 mil por mês, algo em torno de R$ 3 milhões ao ano. Ou seja, é exatamente o valor que eles querem empurrar de reajuste, com base em uma planilha furada”, frisou.

Por fim, o parlamentar criticou o uso da ameaça de greve como pressão sobre o Legislativo. “Se for assim, teremos que chamar todos os sindicatos – de professores, de saúde, de vigilantes, de urbanitários, de terceirizados – para também cruzarem os braços. Porque, quando é para atender a empresa, o dinheiro aparece. Mas para os servidores e trabalhadores da cidade, a resposta nunca vem”, concluiu.

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