Fábio Araújo critica falta de prioridade na infraestrutura de Rio Branco: “O básico ficou pra depois”

Foto:: Reprodução 

As críticas à condução da infraestrutura em Rio Branco ganharam novo fôlego após declarações do vereador Fábio Araújo (MDB), ao pontuar que a Prefeitura prioriza obras de visibilidade em detrimento das demandas essenciais. Em entrevista ao Correio em Prosa, o parlamentar citou a falta d’água em bairros da capital, o abandono de ramais e o descaso com o saneamento básico, cobrando transparência no uso de recursos públicos.

Segundo o parlamentar, há bairros que estão há mais de 30 dias sem água. Ele cita o caso da Estação Experimental e questiona o uso de R$ 17 milhões repassados pelo governo federal em dezembro passado para recuperar o sistema de captação que caiu. “Esse recurso foi bem aplicado? O que precisa ser feito além de recuperar a captação?”, questionou. A cobrança reflete o descompasso entre o discurso oficial e a realidade enfrentada por famílias que dependem do abastecimento público.

Fábio Araújo também criticou a escolha das grandes obras em detrimento dos serviços essenciais. Para ele, o investimento de R$ 30 milhões no viaduto da ABB é um exemplo de prioridade invertida. “Nada contra obras estruturantes, mas precisamos colocar prioridade no que vamos fazer. Enquanto se constrói um viaduto, tem bairro sem água e rua sem asfalto”, disse. O vereador afirma que o dinheiro aplicado no elevado poderia ter pavimentado bairros inteiros, especialmente nas regiões mais afastadas, como Santo Afonso e São Francisco.

O cenário é semelhante na zona rural, onde produtores enfrentam dificuldades históricas. O parlamentar relatou casos de agricultores que receberam calcário, mas não receberam assistência técnica para utilizá-lo. “Tem produtor que deixou o calcário endurecer porque não sabia como aplicar. O material chegou, mas o suporte não”, contou. A falta de orientação e de infraestrutura básica nos ramais reforça o sentimento de abandono. Pontes inacabadas e estradas sem manutenção continuam comprometendo o escoamento da produção, principalmente no período de chuvas.

As críticas também se estendem ao Programa Asfalto Rio Branco, que segundo ele, movimentou mais de R$ 200 milhões sem resolver o problema das vias. “Gastou-se muito e entregou-se pouco. A população ainda convive com lama e poeira, e o que se vê é um trabalho que não avança”, afirmou. O vereador destaca que as ações do Executivo deveriam seguir uma ordem lógica: garantir água, saneamento e mobilidade antes de obras de visibilidade.

Fábio Araújo resume a situação com uma frase que, segundo ele, reflete o sentimento de parte da população: “o último prefeito que investiu em saneamento foi o Maurício Sérgio. Faz tempo.” Para ele, o saneamento é o alicerce de qualquer política pública, mas por ser uma obra que “fica debaixo da terra”, acaba esquecida nas gestões.

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