Fábio Araújo cobra manutenção de ramais e critica gestão da Seagro

Foto CMRB

O vereador Fábio Araújo (MDB), em discurso na Câmara Municipal de Rio Branco, na sessão de terça-feira, 22, acusou a Secretaria Municipal de Agricultura (Seagro) de negligenciar ramais estratégicos para o escoamento da produção rural e de “vingar” parlamentares que cobram serviços.

Araújo relatou inspeção feita ao longo do feriado prolongado nos ramais Moreno Maia, Barro Alto e Caipora (região do quilômetro 7 da BR‑364). Segundo ele, a prefeitura chegou a enviar motoniveladoras após o manifesto de moradores em março, mas os equipamentos ficaram parados por falta de operador. “A máquina está lá. O operador que é bom, não aparece. Quando é para atender fazenda particular, sempre arrumam alguém para dirigir”, ironizou.

O vereador citou ainda trechos críticos do Ramal Três Palhetas, do Ramal Remansinho – onde duas ladeiras e um atoleiro próximo à Escola Ana Vieira voltaram a ficar intransitáveis após a chuva – e do Ramal Beira Rio. “Pedimos apenas que retirem dois buracos. A Seagro disse que ‘não tem hora, não tem operador’”, afirmou.

Acusações de “vingança política”

O parlamentar sustentou que a pasta estaria condicionando o atendimento de pedidos de manutenção ao alinhamento político dos autores. “Dizem que não vão atender porque foi pedido do vereador Fábio Araújo ou do vereador Eber Machado. Já chamaram produtor de ‘babaca’ na imprensa. Isso é inadmissível.”

Araújo cobrou intervenção direta do prefeito Tião Bocalom (PL). “Se o secretário é amigo do prefeito, coloque‑o para tomar café com ele no gabinete, mas ponha alguém comprometido com quem produz”, disparou.

Falta de planejamento e de equipe

Na avaliação do vereador, o problema não se resume a máquinas ociosas: “Quatro anos na frente da pasta, prometeu planejamento e não entregou. Falta equipe técnica para acompanhar, falta cronograma e sobra improviso”. Ele também defendeu a construção de casas de farinha e estruturas de beneficiamento para fortalecer a agricultura familiar – ponto que, segundo ele, nunca avançou porque a gestão “acha desnecessário”.

Por fim, o parlamentar avisou que começará a registrar, em cada sessão, as demandas não atendidas da zona rural. Também pediu à Mesa Diretora que notifique oficialmente a secretaria e convoque o secretário para prestar esclarecimentos sobre o cronograma de manutenção dos ramais em 2024‑2025; mapa de máquinas e operadores disponíveis e em serviço; critérios de seleção dos pedidos de recuperação enviados por vereadores ou associações rurais.

“O produtor não pode esperar mais uma safra atolado no ramal. E nós não podemos aceitar gestão que chama trabalhador de babaca”, finalizou.

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