EUA Eliminam Tarifa de 40% Sobre Café, Carne e Outros Produtos Brasileiros

Ricardo Stuckert / PR

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Decisão atende ao agronegócio e sinaliza avanço nas negociações entre Trump e Lula

O governo dos Estados Unidos revogou, nesta sexta-feira (14), a tarifa adicional de 40% aplicada a uma série de produtos agrícolas brasileiros. A medida, formalizada por ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, passa a valer para mercadorias que ingressaram em território americano a partir de 13 de novembro.

A decisão beneficia itens como carne bovina fresca, resfriada ou congelada, café, cacau, frutas, vegetais, nozes e fertilizantes. Parte desses produtos havia permanecido sob taxação elevada mesmo após o anúncio, na semana passada, da retirada das tarifas globais de 10% impostas pelo governo norte-americano.

Segundo o documento, a Casa Branca reconhece “progresso inicial” nas conversas bilaterais conduzidas desde o telefonema entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizado em 6 de outubro. Foi esse diálogo que reabriu espaço para a revisão das penalidades aplicadas sob o argumento de que políticas brasileiras representariam risco à segurança e aos interesses econômicos dos EUA.

A lista abrange:

  • Carne bovina em diferentes apresentações e níveis de processamento;
  • Frutas, vegetais, raízes e tubérculos, como tomates, chuchu e castanhas;
  • Frutas diversas, entre elas coco, banana, abacaxi e laranja;
  • Sucos de laranja e outras bebidas cítricas;
  • Café, chá e especiarias;
  • Cacau e derivados;
  • Fertilizantes.

A relação completa inclui ainda minérios, óleos minerais e alguns componentes ligados ao setor aeronáutico.

Permanecem sujeitos à alíquota adicional de 40% segmentos como máquinas agrícolas, veículos e autopeças, aço e derivados, produtos químicos específicos, têxteis e calçados itens que não foram contemplados na ampla lista de exclusões.

A retirada parcial das tarifas ocorre após forte pressão do agronegócio brasileiro, setor diretamente atingido pelo tarifaço e que vinha cobrando do governo Lula uma reação diplomática mais firme.

Apesar da flexibilização, o governo Trump reforça que o estado de emergência comercial continua em vigor. Dessa forma, a maior parte das sobretaxas permanece aplicada e poderá sofrer novos ajustes caso o Departamento de Estado conclua que o Brasil não atende às exigências impostas por Washington.

Órgãos como Tesouro, Departamento de Comércio, Segurança Interna, USTR e Conselho de Segurança Nacional seguem autorizados a monitorar o fluxo comercial e recomendar novas medidas.

Importadores impactados poderão solicitar o reembolso das tarifas recolhidas de forma indevida desde a data de vigência da ordem. O procedimento será conduzido pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.

Economistas avaliam que a reversão parcial pode aliviar custos de cadeias exportadoras brasileiras e reduzir pressões inflacionárias no mercado interno americano, especialmente no segmento de alimentos um dos mais afetados pelas tarifas de 40%. (Com informações Metrópoles)

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