Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou, na quinta-feira, 14, críticas contundentes ao programa Mais Médicos, criado em 2013 no governo Dilma Rousseff. Em publicação nas redes sociais, o órgão classificou a iniciativa como um “golpe diplomático” que teria explorado médicos cubanos e enriquecido o “regime cubano corrupto”, com participação de autoridades brasileiras e ex-integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
As declarações foram feitas após o Departamento de Estado americano anunciar sanções contra funcionários do Ministério da Saúde do Brasil e da Opas. Entre as medidas estão a revogação e a restrição de vistos para servidores e ex-servidores, além de seus familiares.
Entre os atingidos está o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, que, segundo os EUA, atuou no planejamento e na implementação do programa, ao lado de Alberto Kleiman, também ex-integrante da pasta. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que a decisão “envia uma mensagem inequívoca” de responsabilização a quem teria viabilizado “o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às sanções e defendeu o Mais Médicos e a relação entre Brasil e Cuba. Em conversa com Mozart, Lula disse que ele não deveria se preocupar com a perda do visto americano. “O mundo é muito grande, o Brasil tem 8.500 km², tem lugar para andar no Brasil para caramba, lugar bonito. Quero dizer para os companheiros cubanos que o fato de cassarem o Mozart foi por causa de Cuba, porque eles tinham ido a Cuba”, afirmou.
Ex-membros da Opas também foram incluídos nas restrições impostas pelo governo americano, sob acusação de cumplicidade no programa. As medidas marcam mais um capítulo nas divergências entre EUA e Brasil sobre a cooperação médica com Cuba.