Rio Branco acordou na terça‑feira, 22, com as Estações de Tratamento de Água ETA I e ETA II produzindo, juntas, pouco mais de 1.300 L/s — cerca de 57 % da capacidade normal (2.300 L/s). A queda brusca ocorreu depois que um tubo de PEAD se rompeu durante a retirada de balseiros na captação da ETA I, reduzindo sua vazão de 1.200 L/s para apenas 285 L/s.
O alto índice de turbidez no Rio Acre obrigou a ETA II a baixar de 1.100 L/s para cerca de 990 L/s, para manter a qualidade da água entregue à população.
Quem ficou sem água?
O Saerb confirmou 65 bairros afetados, entre eles Centro, Sobral, Palheiral, Placas, Adalberto Sena, Xavier Maia, Ufac e Universitário. O abastecimento segue em rodízio, alternando setores a cada 6 h para “dividir o prejuízo”.
“A normalização depende da turbidez: estamos monitorando hora a hora. Se a água clarear, subimos a produção; se turvar, baixamos de novo”, explicou Éder Franco, gerente de manutenção do Saerb, em nota.
Por que ficou tão vulnerável
– Estrutura fragilizada – A ETA I está em situação de emergência desde 2 jan 2025 devido à erosão fluvial que ameaça sua torre de captação, responsável por 40 % da água da capital.
Rio Branco
– Rio Acre “bipolar” – Depois da cheia de março (14,13 m), o rio baixou rápido para 7,8 m. A mistura de vazante com balseiros deixou a água pastosa e imprevisível.
– Único corredor de distribuição – A interligação entre as estações é limitada: quando uma falha, a outra precisa socorrer usando a mesma adutora, estrangulando a rede.
O que o Saerb promete
– Trocar o tubo PEAD até o fim do dia e religar a 2ª bomba da ETA I, elevando a vazão a 500 L/s.
– Limpar grades de captação com apoio de mergulhadores para evitar novos rompimentos.
– Monitoramento on‑line da turbidez a cada 30 min (painel público no site do Saerb, previsto para junho).