ETA 1 opera com vazão reduzida e bairros de Rio Branco sentem os impactos

Foto: Whidy Melo

Crise no abastecimento

Moradores de diversos bairros de Rio Branco enfrentam instabilidade no fornecimento de água desde o início do feriado prolongado. As Estações de Tratamento de Água I e II (ETA 1 e ETA 2), operadas pelo Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), estão funcionando com vazão abaixo da capacidade habitual, comprometendo a regularidade no abastecimento da capital.

De acordo com o gerente de manutenção do Saerb, Éder Franco, o problema teve início com o rompimento de um tubo de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) durante a retirada de balseiros na captação da ETA 1. O acúmulo de resíduos no rio, intensificado pelas últimas chuvas e cheias, teria contribuído para o dano estrutural.

“A gente teve dificuldade desde o início do feriado, quando começou a descer muito balseiro. Durante a limpeza, um PEAD acabou rompendo e estamos operando com vazão reduzida, cerca de 280 litros por segundo”, explicou Franco. O trabalho de recuperação segue em andamento, com previsão de ampliação gradual da capacidade ainda nesta segunda-feira, 21, podendo alcançar até 500 litros por segundo.

A situação da ETA 2 também preocupa. Embora não tenha sofrido danos estruturais, a estação opera com vazão levemente abaixo da média — 990 litros por segundo, contra os 1.100 ideais — devido ao elevado nível de turbidez da água captada. “Nosso pessoal técnico monitora hora a hora a turbidez. Quando a qualidade da água melhora, conseguimos aumentar a vazão”, completou Éder.

Bairros afetados e distribuição emergencial

Os impactos diretos já são sentidos em bairros como Centro, Sobral, Palheiral, Placas e parte alta da cidade, regiões tradicionalmente abastecidas pela ETA 1. Segundo o Saerb, a ETA 2 tem contribuído com parte da demanda da ETA 1, fornecendo cerca de 300 litros por segundo em reforço, mas a medida tem sido insuficiente para atender toda a população afetada.

Para evitar o colapso total do sistema, o Saerb implementou um esquema emergencial de revezamento entre os bairros. “A gente divide o prejuízo. Hoje uma região recebe, amanhã a outra. É a forma que temos para manter o mínimo funcionamento do sistema até que a captação seja normalizada”, afirmou o gerente.

Chuvas e balseiros: um problema recorrente

O acúmulo de balseiros — troncos, galhos e resíduos arrastados pelas correntezas — é um problema antigo nos sistemas de captação de água da capital. A situação se agrava em períodos de cheia, quando o volume de resíduos aumenta drasticamente, exigindo ações constantes de limpeza por parte do Saerb.

Apesar de estar sob controle neste momento, o cenário liga o alerta para a necessidade de investimentos em infraestrutura de captação e manutenção preventiva mais eficaz.

Foto: Whidy Melo

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