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O nível de endividamento das famílias acreanas permaneceu estável nos últimos três meses, segundo levantamento da Fecomércio-AC com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). De setembro a novembro, 82% das famílias do estado declararam possuir algum tipo de dívida — percentual que não registrou variação no período.
O dado contrasta com o movimento nacional. Em novembro, o Brasil registrou 89,2% de famílias endividadas, número ainda elevado, mas que apresentou leve redução de 0,28% em relação ao mês anterior. Ao todo, são 13,3 milhões de famílias brasileiras com dívidas em aberto.
A pesquisa aponta que as famílias com renda mensal de até 10 salários mínimos continuam concentrando os maiores índices de endividamento no país, especialmente aquelas com rendimentos entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, que acumularam alta de 4,89% no ano. Ainda assim, os indicadores de atraso mostram alguma melhora: 5,1 milhões de famílias têm contas vencidas, enquanto 2,2 milhões afirmam não ter condições de quitá-las — quedas de 1,52% e 1,95%, respectivamente.
No Acre, o cenário é parecido, mas com sinais discretos de alívio. Entre setembro e novembro, o número de famílias que afirmam ter dívidas em atraso caiu para 41.963, o menor índice desde maio. Também diminuiu para 13.779 o número daquelas que dizem não ter condições de manter os pagamentos em dia. As reduções foram de 4,08% e 4,57%, respectivamente.
A estabilidade no estado ocorre apesar de uma conjuntura marcada por juros altos e crédito restrito. De acordo com a Fecomércio-AC, o momento é de cautela: famílias evitam contrair novas dívidas e priorizam o pagamento das que já possuem. A entidade avalia que a chegada do 13º salário deve contribuir para a redução do endividamento nos próximos períodos, tanto por estimular o consumo quanto por reforçar a capacidade de quitação das dívidas acumuladas ao longo do ano.