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Com mais de duas décadas de experiência na estruturação de redes varejistas e na gestão de setores perecíveis, o especialista Evandro Dias, CEO da Expor Mais, defendeu em Rio Branco que o Acre tem condições de se tornar uma referência regional na produção de frutas, legumes e verduras (FLV). Para ele, o futuro da cadeia produtiva passa pela qualidade, padronização e identidade regional — fatores que definem a força de um produto no mercado.
Durante palestra promovida pelo Sebrae no evento “FLV: Qualidade, Valor e Oportunidade na Cadeia Produtiva — Conectando o Campo ao Mercado”, Evandro afirmou que o varejo e a agricultura precisam caminhar juntos para gerar valor e competitividade. “A cadeia de frutas, legumes e verduras é viva. Tudo depende da forma como o produtor trabalha e o varejo valoriza. Quando há conexão entre quem planta e quem vende, todo o ecossistema cresce — do campo à gôndola”, destacou.

O especialista, que já atuou em grandes redes nacionais, ressaltou que o mercado atual exige mais do que volume de produção: ele busca confiança, padrão e rastreabilidade. “Quando o produtor entende que qualidade e padrão são tão importantes quanto o volume produzido, ele muda de patamar. A competitividade do varejo começa no campo. E é isso que queremos mostrar aqui: que o FLV pode ser um setor de inovação, de marca e de identidade regional”, afirmou.
Ao visitar propriedades rurais e conversar com produtores locais, Evandro disse ter se surpreendido com o potencial da produção acreana. Segundo ele, o estado reúne as condições ideais para ampliar a oferta interna e conquistar espaço no mercado regional. “O Acre tem potencial real de ser referência no abastecimento de FLV, mas isso exige padrão, rastreabilidade e constância. O mercado não quer só produto — quer confiança. O produtor que compreender isso vai ocupar um espaço que hoje é dominado por outros estados.”

Para o palestrante, o desenvolvimento da cadeia FLV é também uma estratégia de sustentabilidade e de fortalecimento da economia local. “Quando o produto é valorizado dentro do estado, o dinheiro gira aqui, o emprego se mantém aqui e a comunidade cresce junto. O papel do varejo é enxergar o produtor como parceiro, e não apenas como fornecedor.”
Evandro encerrou sua fala com um convite ao engajamento coletivo. “A mudança começa no campo, mas precisa chegar à gôndola. E esse elo só se constrói com diálogo, capacitação e compromisso. Se cada etapa fizer a sua parte — quem planta, quem vende e quem consome —, o Acre não será apenas um produtor. Será um exemplo de cadeia integrada e sustentável.”
