Entre a roça e a desistência: o êxodo silencioso da agricultura familiar

Foto: Correio Online

No quarto capítulo da série especial “Agricultura à Deriva”, o Correio Online revela o drama dos agricultores familiares que pensam em desistir do campo. Entre o amor pela terra e a frustração diante do abandono, cresce a sensação de que não há futuro para quem insiste em produzir.

Anderson Negreiros, agricultor no km 26 da Transacreana, não esconde a angústia. “Eu só tenho duas opções: trabalhar em fazenda ou ir embora daqui. Não tem como continuar. Eu amo a agricultura, gosto de trabalhar, mas sem apoio a gente vai desistindo aos poucos”, afirma, emocionado.

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O mesmo sentimento é compartilhado por Marlon, que também abriu a propriedade e conversou com exclusividade com nossa equipe. “Já pensei várias vezes em desistir. Agora mesmo estou seriamente pensando nisso. A nova geração não quer mais saber de roça, e sem ajuda do poder público fica cada vez mais difícil. Como vai ser daqui pra frente?”, questiona.

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Para o presidente do Sinpasa, Jozimar Ferreira, a desistência não é apenas um drama pessoal, mas um risco coletivo. “Cada agricultor que abandona sua horta representa menos alimento circulando, menos emprego no campo e mais famílias sendo empurradas para a periferia da cidade. Esse êxodo silencioso é fruto da omissão da gestão municipal, que não enxerga a agricultura familiar como prioridade”, critica.

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A crise na agricultura familiar ameaça não apenas a renda de centenas de famílias, mas também o abastecimento da capital acreana. Se Anderson e Marlon abandonarem suas hortas, quem perderá não são apenas eles, mas toda a sociedade que depende dos alimentos produzidos no campo.

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No próximo episódio da série “Agricultura à Deriva”, o Correio Online mostra como o abandono institucional — ofícios sem resposta, secretarias inacessíveis e promessas não cumpridas — reforça a sensação de invisibilidade dos agricultores familiares.

 

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