Foto: Marcela jansen
O avanço da produção agrícola no Acre pode sofrer um novo revés. Durante entrevista ao Correio OnLine, o maior produtor de soja do estado, Jorge Moura, fez um alerta contundente: o volume de embargos ambientais sobre propriedades rurais está asfixiando o setor produtivo. Segundo ele, cerca de sete mil áreas já estão impedidas de produzir — um cenário que ameaça inclusive a fundação da tão esperada Aprosoja Acre.
“Se as nossas autoridades não tomarem a frente, o Acre vai voltar no tempo. Vai, porque é demais. São quase sete mil propriedades embargadas no estado do Acre. Isso é um absurdo. Se não resolver esse problema rápido, não vai dar tempo nem de montar a Aprosoja”, declarou ao ser questionado se a entidade poderia debater sobre segurança jurídica e representatividade ao produtor acreano.
Moura defendeu um pacto imediato entre governo, Judiciário e órgãos ambientais para evitar o colapso da produção no estado, afirmando que “hoje produzimos alimento, mas estamos impedidos de trabalhar. Se a gente não pode vender, ninguém investe. E sem investimento, não há futuro para o Acre rural.”
O produtor compara o momento atual à estagnação do passado, quando a economia acreana dependia exclusivamente da borracha. “Eu tenho quase 40 anos. Nunca imaginei ver o Brasil regredir dessa forma. Hoje temos um estado produtor, que gera comida, renda, carne, abacaxi, farinha… e não podemos vender. É retrocesso.”
Por fim, e em tom emocionado, o produtor reafirma o compromisso com a terra: “Isso aqui não é só negócio. É vida. É minha família, é amor pelo Acre. Quero que todos possam produzir sem medo, com dignidade. A gente só quer trabalhar e melhorar a vida do nosso povo”.