Após a cheia do Rio Juruá, as famílias em Cruzeiro do Sul enfrentam o árduo processo de retorno às suas casas. Jarmila da Silva, uma professora local, compartilha sua experiência com a enchente que afetou sua residência no bairro do Miritizal.
A casa de Jarmila ficou alagada por oito dias, com cerca de um palmo de água cobrindo o piso. Ela optou por não ir para um abrigo, se alojando na casa de seus pais, que estava segura devido ao piso elevado. Desde o último sábado, ela começou a limpeza, enfrentando muita lama e o risco de encontrar cobras
dentro de casa.
Para ir ao trabalho, Jarmila teve que adaptar sua rotina, contando com a ajuda de seu pai para transportá-la de barco até um ponto onde pudesse continuar a pé. A situação foi repleta de perigos, incluindo a presença de cobras e outros riscos não visíveis na água.
Além dos desafios físicos, a falta de energia elétrica complicou ainda mais a situação, interrompendo o fornecimento de água e dificultando a limpeza.
“Agora estou construindo uma nova casa ao lado da antiga, vou fazer o piso mais alto em dois tijolos para evitar futuras inundações”, uma medida baseada na severa cheia de 2021, que chegou a marca de 14,36. Apesar dos esforços para retomar a normalidade, o processo de limpeza continua sendo desafiador. “Para chegar até aqui a gente enfrenta muita lama nas estradas, e ainda fica um mau cheiro forte dentro das casas que é difícil de eliminar”, contou a professora.
jurua24horas