Educação e merenda sustentável unem forças em projeto inédito no Acre

Foto: Assessoria

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Em uma cerimônia que reuniu autoridades federais, estaduais e representantes da sociedade civil, o Acre oficializou, na sexta-feira, 8, um projeto que promete transformar a relação das escolas públicas com a alimentação e a sustentabilidade. O programa “Amazônia na Escola – Comida Saudável e Sustentável” vai injetar R$ 24 milhões na compra direta de alimentos da agricultura familiar, incluindo produtos cultivados por povos indígenas e comunidades tradicionais, para abastecer a merenda escolar das redes públicas do estado.

A iniciativa é fruto de um contrato assinado pelo Ministério da Educação (MEC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundação SOS Amazônia, com recursos do Fundo Amazônia. O objetivo vai além do fornecimento de alimentos: pretende integrar ao currículo escolar temas ligados à preservação ambiental, mudanças climáticas, matriz energética e produção sustentável.

“É incluir no currículo escolar a discussão sobre a Amazônia. Formação de professores, material didático, pedagogia voltada para sustentabilidade. E, ao mesmo tempo, garantir merenda saudável, comprada direto do agricultor e do produtor indígena. É educação e inclusão social caminhando juntas”, destacou o ministro da Educação, Camilo Santana.

O projeto cria um ciclo virtuoso: a merenda escolar será composta por alimentos produzidos localmente, o que gera renda para famílias rurais, fortalece a economia local e assegura comida de qualidade para os estudantes. O fortalecimento da agricultura familiar no Acre — marcada por pequenas propriedades e manejo tradicional — é apontado como essencial para manter a floresta em pé e valorizar saberes ancestrais.

Além da merenda sustentável, as escolas vão receber formação continuada de professores, novos materiais pedagógicos e atividades integradas para que a sustentabilidade deixe de ser apenas tema de sala de aula e se torne prática cotidiana. Segundo o MEC, as ações devem atingir desde as áreas urbanas até as comunidades mais isoladas.

Investimento estratégico

Os R$ 24 milhões representam, segundo o governo, um investimento com retorno social imediato. “É um modelo que pode servir de referência para toda a Amazônia Legal”, afirmou Helena Tenório, diretora do BNDES. Já para Maria Ferreira da Cunha, presidente do conselho deliberativo da SOS Amazônia, a proposta “fortalece a autonomia das comunidades e conecta a preservação ambiental à segurança alimentar”.

O ministro Camilo Santana destacou que o Acre será um dos primeiros estados a receber o programa em sua versão completa. Ele também anunciou outros investimentos na educação acreana, como a construção do campus do Instituto Federal em Feijó, melhorias na Universidade Federal do Acre e a entrega de escolas, creches e ônibus escolares. “Nós não queremos nenhum aluno fora da escola. Educação, alimentação de qualidade e valorização da cultura amazônica caminham juntas”, disse o ministro.

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