Dormir em ambientes barulhentos pode aumentar risco de infarto e AVC, aponta estudo

Foto ilustrativa

Dormir em locais com ruídos, mesmo que leves, pode trazer sérios riscos à saúde cardiovascular. É o que revela um estudo publicado na revista científica Environmental Health Perspectives, que apontou uma ligação entre a exposição a sons noturnos e o aumento do risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

A pesquisa acompanhou mais de 114 mil pessoas entre 1988 e 2018, monitorando os níveis de ruído noturno aos quais os participantes estavam expostos, variando entre 37,9 e 47,1 decibéis — faixa comparável a uma conversa sussurrada, que gira em torno de 40 dB.

De acordo com a autora principal do estudo, Charlie Roscoe, mesmo ruídos que não despertam a pessoa ou são pouco perceptíveis podem desencadear respostas de estresse no organismo. “O aumento da atividade cerebral durante o sono pode, ao longo do tempo, levar à resistência à insulina, diabetes e doenças cardíacas”, explicou.

Pequeno aumento de ruído, grande impacto
Os pesquisadores identificaram que um acréscimo de apenas 3,6 decibéis no volume sonoro noturno foi associado a um aumento de 4% no risco de doenças cardiovasculares. Ao longo do estudo, foram registrados 5.300 casos de doença coronariana e 5.000 casos de AVC entre os participantes.

Embora o estudo não tenha medido diretamente quantos casos foram causados apenas pelo ruído, ele reforça a importância de considerar a poluição sonora como um fator relevante para a saúde do coração.

Como se proteger

Especialistas recomendam algumas práticas para reduzir a exposição a ruídos durante o sono e proteger a saúde cardiovascular:

Manter portas e janelas fechadas à noite;

Usar protetores auriculares ou investir em equipamentos que bloqueiam o som;

Optar por ventiladores e aparelhos eletrônicos mais silenciosos;

Estabelecer uma rotina de sono regular, com horários fixos para dormir e acordar;

Limitar cochilos diurnos a no máximo uma hora e evitar dormir após as 15h;

Evitar cafeína e exercícios físicos intensos nas horas que antecedem o sono.

Os autores do estudo também destacam que fatores como genética, hábitos de vida e ambiente social desempenham papéis importantes na saúde do coração, além da exposição ao ruído.

Com informações de Environmental Health Perspectives.

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