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O deputado democrata Ro Khanna anunciou que apresentará, nos próximos dias, um projeto de lei para eliminar as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre a importação de café. A proposta, segundo ele, será bipartidária, com apoio também de parlamentares republicanos.
Em publicação no X (antigo Twitter), Khanna afirmou que os EUA produzem menos de 1% do café que consomem e que as tarifas atuais, de 15% a 20%, funcionam como “um imposto sobre os americanos logo no começo do dia”. Ele citou diretamente países como Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia, principais fornecedores do grão.
A medida surge após a decisão do ex-presidente Donald Trump, em 6 de agosto, de ampliar para 50% a taxa sobre o café brasileiro. O Brasil, maior exportador individual para o mercado americano, é responsável por cerca de 20% a 30% das importações do produto, além de 12% da oferta de açúcar de cana e 9% da carne bovina consumida nos EUA.
O aumento da tarifa gerou forte reação do setor cafeeiro, que teme prejuízos nas exportações e impactos na cadeia produtiva. Empresários e integrantes do governo brasileiro esperavam que o café fosse excluído das sobretaxas, mas Washington manteve a medida sob o argumento de que poderia recorrer a outros fornecedores.
Trump também elevou as tarifas para outros países: 19% para a Indonésia, 20% para o Vietnã e 10% para a Colômbia. Algumas empresas americanas avaliam substituir parte do café brasileiro por grãos de outras origens, como Vietnã ou México. No entanto, especialistas apontam que a mudança pode enfrentar barreiras, já que há diferenças de qualidade e tendência de alta nos preços internacionais diante da redução da oferta.