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O início do período chuvoso reacende o alerta para a dengue em Rio Branco. O levantamento mais recente da Secretaria Municipal de Saúde, realizado no fim de outubro, identificou índice de infestação de 6,5%, o que significa que seis em cada 100 residências visitadas apresentam algum tipo de recipiente com larvas do Aedes aegypti. O dado é considerado de risco pelo Ministério da Saúde e coloca a capital acreana em atenção logo na fase do ano em que a transmissão costuma aumentar.
Mesmo com número de notificações inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, o cenário não é considerado confortável pela gestão municipal. Segundo o secretário de Saúde, Rennan Biths, a redução não elimina o risco de um novo avanço da doença. “Os nossos números estão abaixo do ano passado. Mas isso não quer dizer que a gente está numa situação confortável. A dengue sempre demanda alerta”, afirmou.
A preocupação local acompanha a tendência regional. Estados da região Norte registram alguns dos maiores índices de infestação do país, variando entre 7% e 11% em média. Roraima e Amapá concentram alguns dos piores cenários, com áreas que ultrapassam 10% de presença de criadouros. No Acre, o índice de 6,5% permanece abaixo da média norte-amazônica, mas ainda assim dentro da faixa considerada de risco.
Em âmbito nacional, o Ministério da Saúde alerta para a possibilidade de o Brasil repetir, em 2026, a pressão epidemiológica vivida nos últimos anos. Em 2024, o país ultrapassou 5 milhões de casos prováveis de dengue, com altos índices de circulação dos quatro sorotipos do vírus. A combinação entre temperaturas elevadas, chuvas irregulares e maior dispersão do vetor preocupa especialistas e gestores estaduais.
Em Rio Branco, a maior parte dos focos continua sendo registrada dentro das próprias residências. A prefeitura estima que mais de 90% dos criadouros estão em áreas particulares, o que dificulta a atuação direta das equipes de campo.
“É importante destacar que mais de 90% dos focos de reprodução do mosquito estão dentro das casas, onde o Estado tem muito mais dificuldade de acessar. Pedimos que as famílias redobrem a atenção”, reforçou Biths.
O município orienta os moradores a intensificar a limpeza de quintais e evitar qualquer recipiente que possa acumular água, especialmente durante os meses de maior volume de chuva. O secretário também destacou a importância da comunicação pública para orientar a população sobre os riscos.
“A imprensa tem um papel importante nisso. Para enfrentar a dengue, os órgãos de saúde não conseguem atuar sozinhos”, disse.
Com previsão de chuvas acima da média até fevereiro, a preocupação é de que o índice de infestação aumente e, com ele, a circulação do vírus na capital. As equipes da Vigilância em Saúde seguem mapeando as áreas mais vulneráveis e reforçando visitas domiciliares, enquanto a gestão municipal insiste que o controle da dengue é, neste momento, um desafio que depende diretamente do comportamento das famílias.
