Cruzando a fronteira: casal de Porto Velho compartilha memórias e tradição na Expoacre 50 anos

No último dia da Expoacre, em sua edição histórica de 50 anos, o Correio Online encontrou muito mais do que cavalos, laços e disputas acirradas. Encontrou histórias vivas, como a de Kleber e Soraya, um casal de Porto Velho (RO) que carrega nas rédeas não apenas a paixão pela vaquejada, mas o amor pela convivência, pelas raízes do campo e pelas memórias em família.

Kleber já é figura conhecida nas arenas acreanas. Participa da Expoacre há muitos anos e, nesta edição especial, fez questão de trazer toda a família e os cavalos — quatro, para ser exato — em um trailer adaptado que vira dormitório coletivo no fim das noites de festa.

“É sempre uma satisfação estar no Acre. Cada edição da Expoacre tem um sentimento diferente. A gente compete, claro, mas acima de tudo, a gente vive esse momento”, contou Kleber. Ele classificou na disputa, mas não levou troféu desta vez. Ainda assim, sai com o coração cheio de alegria e gratidão éça experiencia vivida junto a família.

“Hoje foi o meu dia de perder, mas continuo na briga. Tenho cavalo ainda disputando na categoria profissional. A esperança segue firme”, completou Kleber.

Ao lado dele, Soraya viveu uma experiência intensa. Nem sempre ela acompanha o marido nas competições, mas decidiu vir justamente nesta edição especial. E não veio sozinha. Trouxe filhos, a avó das crianças e a alma inteira disposta a colecionar histórias.

“Essa festa vai muito além da vaquejada. É um reencontro com amigos, é a criançada vendo o pai competir, é construir memória afetiva. E isso não tem preço. Essa convivência é o que fica”, refletiu, emocionada.

O clima familiar se estende até o improvisado lar sobre rodas: o trailer que transportou os cavalos foi transformado em dormitório. Ar-condicionado, colchões no chão, risadas e confusão boa — típica de quem vive intensamente.

“Estamos em onze aqui dentro. Ofereci hotel, mas ninguém quis. A criançada quer é bagunça! Pra eles, isso é aventura. É história pra contar quando voltarem pra casa”, diverte-se Soraya.

Mais que um casal apaixonado pelo universo do laço, Kleber e Soraya são embaixadores da tradição, desses que sabem que vaquejada não se resume a pista. É cultura, é laço de amizade, é extensão da vida no campo.
“Eu venho tanto para o Acre que já me sinto um morador de Rio Branco. O povo daqui é acolhedor, e pra mim é sempre um prazer voltar”, finalizou Kleber.

A Expoacre 50 anos se despede deixando saudade — e histórias como essa, que aquecem o coração e mostram que, no fundo, o que vale mesmo é estar junto, com simplicidade e verdade.

Ano que vem tem mais. E o churrasco no trailer do Kleber e da Soraya já está confirmado.

Compartilhar