“Corredor bioceânico vai passar pelo Acre e mudar a economia da Amazônia”, destaca Tebet

Foto: Reprodução 

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Projeto inclui cinco rotas estratégicas de integração sul-americana, ligando Bahia ao Peru, passando por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, e ampliando o comércio com a Ásia.

Em um discurso carregado de anúncios estratégicos e tom político, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante agenda no estado de Rondônia, ao lado do presidente Lula, revelou que o governo federal colocou em marcha um plano de integração física e econômica sem precedentes na América do Sul. A iniciativa envolve cinco rotas de conexão entre Brasil e países vizinhos, com destaque para a ponte binacional de Guajará-Mirim (RO), a duplicação de rodovias e a construção de uma rodoferrovia que vai cortar o Acre, ligando o Atlântico, na Bahia, ao Pacífico, no Peru.

Tebet afirmou que a missão foi dada por Lula que ressaltou a ela que “o pobre brasileiro cabe no orçamento e é prioridade”. Segundo a ministra, o presidente tem como objetivo “diminuir a desigualdade social, diminuindo as desigualdades regionais”.

Para a ministra, “essa diretriz é o ponto de partida para investir em infraestrutura capaz de integrar e desenvolver regiões historicamente esquecidas, como as fronteiras amazônicas”.

Segundo Tebet, a estratégia envolve cinco eixos logísticos, que incluem obras rodoviárias, ferroviárias e portuárias para encurtar distâncias e baratear custos de exportação. Entre elas, está a ponte binacional de Guajará-Mirim, avaliada em mais de R$ 420 milhões, que ligará o Brasil à Bolívia. A obra, segundo a ministra, é “uma dívida histórica” com o país vizinho e deve destravar o comércio bilateral.

Rodoferrovia bioceânica passando pelo Acre

O projeto mais ambicioso, porém, é a construção de uma rodoferrovia que começará no litoral da Bahia, passará por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até chegar ao Peru, no porto de Ilo, com destino final no mercado asiático. “Será a primeira rodoferrovia a integrar dois oceanos, levando produtos brasileiros mais rápido para a Ásia e trazendo mercadorias asiáticas com menor custo”, disse Tebet.

A ministra destacou que, embora os Estados Unidos sejam um parceiro estratégico, a China já ocupa a primeira posição no comércio exterior brasileiro. “No momento em que o multilateralismo está ameaçado, precisamos fortalecer parcerias com todos, mas não podemos ignorar que o nosso maior parceiro hoje é a Ásia”, afirmou.

Bolívia: fertilizantes, sal e grãos estratégicos

Outro ponto enfatizado foi o potencial comercial da Bolívia, que, segundo Tebet, tem produtos essenciais para o agronegócio brasileiro, como fertilizantes e sal, além de grãos não produzidos no Brasil. “Nós temos muito a oferecer à Bolívia e muito a receber. No governo do presidente Lula, ninguém fica para trás – não é só no Brasil, é na América do Sul”, declarou.

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