A produção de café no Vale do Juruá segue em expansão e já conta com mais de cinco milhões de pés plantados entre os cooperados da Coopercafé. A meta, segundo o presidente da cooperativa, Jonas Lima, é ousada: chegar a doze milhões de pés até 2030. O planejamento foi apresentado durante entrevista concedida na Expoacre 2025, onde o ex-deputado estadual falou sobre os avanços da cafeicultura na região e os desafios enfrentados pelos produtores.
Jonas lembrou que a cooperativa surgiu da necessidade dos próprios agricultores de se organizarem diante das dificuldades logísticas e da dependência histórica dos atravessadores. “Criamos a Coopercafé para sair do marreteiro. Hoje, a cooperativa busca o café direto na propriedade, cuida da secagem e do beneficiamento, garantindo mais dignidade e renda para quem planta”, afirmou em entrevista a site local.
A estrutura do Complexo Industrial do Café, implantado com apoio político e técnico, é considerada peça-chave para o fortalecimento da produção. A unidade oferece tecnologia de secagem com fogo indireto, garantindo mais qualidade ao grão, além de beneficiar produtores cooperados e também não cooperados, mediante custo diferenciado. O modelo adotado, segundo Jonas, segue os moldes das grandes regiões produtoras do Brasil, como Minas Gerais e Espírito Santo.
Mesmo com a queda de produtividade registrada em 2025, o presidente da cooperativa se mantém otimista quanto à valorização do café acreano no mercado. Ele avalia que o cenário global de escassez favorece a produção local, desde que haja organização, investimento e agregação de valor ao produto. “O mundo está com estoque baixo, e isso abre uma janela de oportunidades para quem está preparado”, destacou.
Além da produção, o foco da Coopercafé está em consolidar uma marca regional, à semelhança do que representa a tradicional farinha de Cruzeiro do Sul. Com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o projeto prevê a criação da identidade visual do Café do Juruá e ações voltadas à sustentabilidade, com uso de lenha documentada e energia limpa no parque industrial.