“Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política.” (Ernest Renan)
CONTRARIANDO DADOS OFICIAIS
Gladson Cameli disse que “não concorda” com os dados do MapBiomas. Problema é que a floresta não precisa da opinião dele pra cair. O desmatamento subiu 31% no Acre. Dado é dado. Pode não gostar, mas está lá.
VERDADE VERSUS INTERPRETAÇÃO
Quando o dado agrada, é verdade. Quando não, é “interpretação”. O governo adora dado do IBGE que diz que o Acre cresceu. Aí é manchete, coletiva, vídeo no Instagram. Mas se for dado sobre desmatamento, aí é fake, distorcido, exagerado. A ciência é boa quando bate palma.
PRÁTICA DE GRILEIRO
Falar de sustentabilidade num evento enquanto os números mostram avanço da motosserra não cola. O Acre oficial virou um discurso ecológico com a prática de grileiro.
SAMIR, O ROMPIDO?
Nos bastidores, a notícia que corre é que o vereador Samir Bestene rompeu com o prefeito Bocalom. Particularmente, tenho minhas dúvidas.
SÓ QUANDO PERDEU CARGOS
Samir “rompeu” quando perdeu cargos, não quando perdeu a presidência da Câmara, nem quando tiraram a Nabiha da Educação. O discurso é de indignado, mas o tom é de quem levou rasteira do jogo que ajudou a montar.
LEALDADE NÃO GARANTIU BLINDAGEM
Samir diz que esteve com Bocalom desde 2020. Esteve mesmo. Levantou bandeira, deu legenda, defendeu. Mas em política, lealdade sem poder vale pouco. E agora paga o preço de não ter saído na primeira puxada de tapete.
O JOGO É PESADO
Nesta quinta-feira o governo reúne vereadores do Estado inteiro para uma conversa que tem menos de institucional e mais de pressão embalada em cafezinho. O clima é claro: quem quiser asfalto, verba e fotinha na inauguração que abaixe a cabeça. Quem não rezar pela cartilha palaciana, que prepare o lombo. O velho cabresto agora vem com crachá e coffee break.
KAMAI CRESCE NO JOGO
No meio de tanto teatrinho político, tem nome que cresce sem fazer cena. André Kamai, com mandato discreto e sem bajulação ao Palácio, tem ganhado respeito. Fala firme, assume o que pensa e não fica esperando tapinha nas costas. Quem acompanha sabe: tem postura de quem ainda vai disputar algo maior.
INFÂNCIA INVISSÍVEL NAS PANILHAS DO GOVERNO
O Acre tá quase na lanterna da educação infantil. Só perde para o Amapá. E tem gestor por aí achando que abrir creche é luxo. Mãe perde emprego, criança perde infância e o governo perde tempo com discurso. Mas como sempre, botam a culpa no orçamento e mandam esperar. Criança não espera. Só cresce — e cobra depois
PROMESSA VELHA COM NOME NOVO
Estão chamando de caravana política pela BR-364. Já chamaram de expedição, força-tarefa, missão institucional. Trocaram o nome, mas a novela é a mesma: vão rodar, discursar e voltar com meia dúzia de promessas e um caminhão de buracos pela frente. No máximo, sai tapa-buraco de emergência. E nem é no trecho todo. A 364 inteira asfaltada segue no mesmo lugar: na gaveta das promessas que não saem do papel.
ÚLTIMA FICHA NO FLIPERAMA
Ney Amorim virou especialista em promessa mal feita e cálculo errado. Já perdeu duas vezes para o Senado e agora mira uma vaga de deputado federal como quem joga a última ficha no fliperama.
RODAPÉ DE RETROSPECTIVA POLÍTICA
O problema é que o Ney, que um dia foi furacão de votos, hoje anda mais para brisa perdida no plenário. Tropeçou tanto nas articulações que deixou a base sem rumo e a militância sem paciência. Se não virar o jogo agora, vai virar lembrança de urna. E olhe lá.
R$ 786 MIL DE TAPA NO TATAME
Nada contra o jiu-jitsu. O problema é fazer força com o dinheiro do povo e ainda cobrar ingresso para entrar no ringue. Em plena crise fiscal, a Prefeitura de Rio Branco separa quase R$ 800 mil reais para evento esportivo com taxa de R$ 150 por atleta. O vereador Zé Lopes (Republicanos) viu a chave de braço e pediu o VAR: quer o contrato, o CNPJ, o plano de trabalho e até a nota do kimono. Tá certo. Esporte é bom. Mas prioridade também é.
FALTA TUDO MENOS VERBA PARA EVENTO
Falta remédio, falta drenagem, falta ônibus. Mas não falta evento. A cada nova contratação milionária, o povo se pergunta se virou figurante de roteiro mal escrito. Enquanto isso, o tatame já foi montado e a conta já está no lombo do contribuinte.
PRECONCEITO QUE NÃO PASSA IMPUNE
A estudante de Medicina que vomitou preconceito contra acreanos nas redes vai ter que trocar o feed pelo banco dos réus. A Justiça aceitou a denúncia e o processo vai correr. Chamou povo de “seboso”, disse sentir “asco” do Acre, achou que era só desabafo virtual. Esqueceu que xenofobia é crime, não é tweet.
SEM SALVO-CONDUTO
Tem gente que confunde rede social com vaso sanitário. Fala o que quer e acha que a descarga apaga tudo. Não apaga. O MPAC entrou, a Justiça aceitou e agora a “doutora” vai aprender que ter pai secretário não a imuniza de responder pelos próprios atos.
OCUPA ESPAÇO E NÃO ENTREGA
O vereador Raimundo Neném (PL) é um daqueles casos raros: consegue estar presente e ausente ao mesmo tempo. Está na Câmara Municipal, mas ninguém sabe dizer por quê. Não lidera, não enfrenta, não propõe. A única coisa que avança no mandato é o tempo.