Foto: Internet
O consumidor acreano pode enfrentar novo aumento na conta de luz em 2026. A elevação das tarifas está associada ao crescimento dos subsídios bancados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo federal que financia políticas do setor elétrico e cujo orçamento previsto para o próximo ano chega a R$ 52,6 bilhões, sendo R$ 47,8 bilhões destinados exclusivamente a subsídios.
Dados técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que o valor representa um aumento de cerca de 7% em relação ao montante previsto para 2025. Como a CDE é custeada diretamente pelos consumidores por meio das tarifas de energia, o reajuste tende a pressionar as contas em todo o país — com efeitos mais sensíveis em estados como o Acre.
No Acre, o impacto tende a ser ampliado por características estruturais do sistema elétrico. O estado historicamente registra tarifas residenciais acima da média nacional, influenciadas por custos elevados de distribuição, longas distâncias entre unidades consumidoras, baixa densidade populacional e maior dependência de encargos setoriais para manter o fornecimento.
Além disso, o perfil de consumo acreano reforça a vulnerabilidade aos reajustes. Uma parcela significativa dos consumidores é composta por famílias de baixa renda e pequenos comércios, que possuem menor capacidade de absorver aumentos sucessivos na fatura mensal. Mesmo reajustes considerados moderados no cenário nacional tendem a pesar mais no orçamento local.
Outro fator que influencia o cenário é a limitação do estado na definição das políticas financiadas pela CDE. Parte expressiva dos subsídios cobre custos de geração, incentivos a fontes específicas de energia e manutenção de sistemas isolados, decisões tomadas em âmbito nacional. Embora o Acre tenha consumo médio inferior ao de estados mais industrializados, o repasse desses encargos ocorre de forma proporcional na tarifa paga pelo consumidor final.
A Aneel informou que a proposta orçamentária da CDE para 2026 será analisada pela diretoria da agência. Caso seja aprovada nos termos apresentados, a tendência é de repasse integral às tarifas ao longo do próximo ano, o que reforça a expectativa de aumento na conta de luz.