Foram mais de dez anos de silêncio nas obras públicas de habitação. Uma década em que a construção civil sobreviveu à base de obras privadas, insegurança jurídica e promessas adiadas. Mas, em 2025, o cenário começou a mudar — e o barulho das betoneiras voltou a ecoar nos canteiros do Acre.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/AC), Carlos Afonso, celebrou a retomada do setor durante entrevista na Expoacre 50 anos. Segundo ele, o que está em curso não é apenas uma recuperação econômica, mas a reconstrução de um ciclo de confiança, impulsionado pela volta do programa federal Minha Casa, Minha Vida.
“A construção civil é o pilar da economia. Quando ela se move, tudo ao redor responde. E depois de uma década sem programa habitacional, temos agora mais de 2.500 unidades contratadas em andamento no Acre”, afirmou.
Minha Casa, Minha Vida: a engrenagem que faltava
Segundo Carlos Afonso, a reativação do MCMV foi decisiva para reaquecer o setor. Com verbas federais e contrapartidas modestas dos governos locais, o programa voltou a ser a locomotiva de empreendimentos populares — principalmente nas cidades do interior.
“É um modelo simples, mas poderoso. O recurso vem, o município entra com o mínimo e os empresários executam. Ganha o setor, ganha a população e ganha o estado”, explicou.
O presidente do Sinduscon também destacou que o crescimento não se limita às obras públicas. Um novo projeto habitacional privado — um condomínio logístico na Via Verde — está sendo executado por jovens empresários acreanos, com foco em infraestrutura moderna e funcionalidade para o setor de transportes.
“É um exemplo de que o setor está confiante. O empreendedor aposta no mercado local porque vê ambiente para crescer. Esse condomínio de galpões, por exemplo, vai tirar o tráfego de carretas do centro da cidade e reorganizar a logística urbana de Rio Branco”, disse Afonso.
Com a chegada do verão, a expectativa é de que o ritmo se intensifique. Tradicionalmente, esse é o período mais produtivo do ano para obras de grande porte — e, em 2025, o calendário coincide com a retomada de recursos federais e a liberação de novas licitações. “É nesse momento que o setor mais se movimenta. As obras andam, os empregos aparecem e a economia gira com mais força”, avaliou.