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A redemocratização, iniciada em 1985, abriu um novo ciclo na política brasileira. Desde então, oito presidentes comandaram o país. Mais da metade deles, no entanto, enfrentou algum tipo de condenação judicial.
O primeiro caso emblemático foi o de Fernando Collor de Mello, eleito em 1989. Collor acabou derrubado em 1992, no auge de denúncias de corrupção, e entrou para a história como o primeiro presidente a sofrer impeachment. Renunciou antes da conclusão do julgamento, mas teve os direitos políticos suspensos por oito anos.
Na década seguinte, a atenção voltou-se para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comandou o país entre 2003 e 2010. Após deixar o cargo, Lula foi condenado em processos da Operação Lava Jato e chegou a cumprir pena de prisão por 580 dias. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações, devolvendo-lhe a elegibilidade e pavimentando o caminho para sua volta ao Planalto em 2023.
A sucessora de Lula, Dilma Rousseff (PT), também entrou para a lista de presidentes afastados. Em 2016, foi alvo de impeachment sob a acusação de manobras fiscais conhecidas como “pedaladas”. Embora não tenha sofrido condenação criminal, perdeu o mandato de forma definitiva no Senado.
Com o afastamento de Dilma, quem assumiu foi Michel Temer (MDB). O período em que esteve no poder foi marcado por sucessivas denúncias de corrupção. Em 2019, já fora da Presidência, Temer chegou a ser preso preventivamente no âmbito da Lava Jato, acusado de envolvimento em contratos do setor portuário.
O capítulo mais recente envolve Jair Bolsonaro (PL), que governou entre 2019 e 2022. O ex-presidente foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por ataques ao sistema de votação eletrônica e abuso de poder político, ficando inelegível até 2030. Também responde a processos no Supremo Tribunal Federal relacionados à sua atuação durante a pandemia e a ataques à democracia.
Do outro lado dessa história, três nomes se mantêm fora do rol de condenados: José Sarney (MDB), responsável pela transição democrática entre 1985 e 1990; Itamar Franco (PRN), lembrado por ter conduzido o país ao Plano Real; e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governou entre 1995 e 2003 e consolidou o modelo econômico herdado do Real.