Com a morte do Papa Francisco no último domingo, 27 de abril, o Vaticano anunciou oficialmente que o conclave para a eleição do novo Pontífice terá início no dia 7 de maio de 2025, na Capela Sistina. A expectativa em torno da escolha é mundial, com olhares atentos à sucessão em um momento de grandes desafios para a Igreja Católica.
A decisão sobre a data foi tomada após reuniões da Congregação Geral dos Cardeais, que, desde a morte do Papa, passaram a se reunir diariamente para tratar dos assuntos ordinários da Igreja e dos preparativos do conclave.
O ritual do conclave
O conclave é o processo pelo qual os cardeais eleitores — atualmente 118 com menos de 80 anos — se reúnem para eleger o novo Bispo de Roma, o Papa. A palavra “conclave” vem do latim cum clave (“com chave”), indicando que os cardeais ficam trancados sem comunicação externa até que se atinja uma decisão.
A eleição ocorre na Capela Sistina, sob o afresco majestoso do Juízo Final de Michelangelo. Após as sessões de votação, a fumaça que sobe da chaminé indica o resultado: preta, se nenhum Papa foi eleito; branca, se a Igreja tem um novo líder.
O cenário atual da Igreja
A sucessão de Francisco acontece em um momento sensível. O Papa argentino, ao longo de seu pontificado iniciado em 2013, buscou modernizar a Igreja, ampliando o diálogo com outras religiões, apoiando pautas sociais como a defesa dos pobres e migrantes, e incentivando uma abordagem mais pastoral em questões morais delicadas.
Seu estilo reformista, porém, também enfrentou resistências internas, especialmente de alas mais conservadoras da Cúria Romana. A escolha do novo Papa, portanto, poderá definir se a Igreja aprofundará as reformas iniciadas por Francisco ou adotará uma linha mais tradicional.
Favoritos e especulações
Embora o Vaticano mantenha a tradição do silêncio absoluto sobre preferências e alianças internas, nomes como o do cardeal filipino Luis Antonio Tagle, do italiano Pietro Parolin (secretário de Estado do Vaticano) e do cardeal africano Dieudonné Nzapalainga, da República Centro-Africana, aparecem como possíveis favoritos entre vaticanistas e analistas.
A eleição de um Papa não europeu, algo que se repetiria após Francisco, é vista como um sinal da globalização da fé católica, que hoje cresce mais fortemente na África, na Ásia e na América Latina.
O que esperar
A Igreja Católica, com seus mais de 1,3 bilhão de fiéis, vive uma nova encruzilhada histórica. Mais do que uma figura religiosa, o próximo Papa será também um líder mundial, com influência nas questões humanitárias, diplomáticas e sociais do século XXI.
O conclave do dia 7 de maio promete ser decisivo para o futuro não apenas da Igreja, mas da própria presença do catolicismo em um mundo cada vez mais plural, tecnológico e desafiante.
A expectativa é que o novo Papa seja conhecido ainda no mês de maio, após a tradicional proclamação do Habemus Papam da sacada da Basílica de São Pedro.
Foto de G1