Comitê Chico Mendes repudia repressão a protesto durante evento ambiental na UFAC

Foto: Jardy Lopes

Foto: Jardy Lopes

O Comitê Chico Mendes divulgou uma nota pública em solidariedade aos manifestantes que protestaram durante a fala do governador Gladson Cameli, no encerramento da 15ª reunião do GCF Task Force, realizada na última sexta-feira, 23, na Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.

O ato, protagonizado por movimentos sociais e ambientais, ocorreu durante o pronunciamento do governador e teve como foco críticas à política ambiental do Estado, ao avanço do agronegócio e à destruição da floresta. Segundo relatos, a intervenção da segurança escalou para situações de confronto físico, com denúncias de agressões por parte dos agentes responsáveis pelo controle do evento.

“Alguns sentaram, resistindo, e os seguranças começaram a usar da força, empurrando e puxando a gente”, afirmou uma das participantes. De acordo com ela, a situação se agravou após um manifestante reagir a um soco recebido. “Dali em diante, o caos já estava feito. Os rapazes resistindo e sendo agredidos, como vocês podem ver nos vídeos que estão circulando.”

Embora tenha esclarecido que não organizou diretamente o protesto, o Comitê Chico Mendes condenou a conduta da segurança e afirmou que “qualquer forma de violência, especialmente em espaços que se propõem democráticos, precisa ser criticada”. A entidade também destacou que o direito à manifestação deve ser garantido, sobretudo em eventos voltados à discussão sobre sustentabilidade e preservação ambiental.

Em tom de crítica, o Comitê acusou setores do Estado de tentarem silenciar vozes que denunciam o desmatamento, as queimadas, a grilagem e a expansão de práticas consideradas predatórias. “Protestar é um direito legítimo. Defender a Amazônia, os direitos dos povos e o futuro do planeta é uma necessidade urgente”, diz a nota.

Durante o protesto, o governador Gladson Cameli afirmou que sua gestão estaria aberta ao diálogo, mas determinou a retirada dos manifestantes. A decisão acabou desencadeando a confusão que marcou o encerramento da conferência.

O Comitê Chico Mendes encerrou a nota reafirmando seu histórico de luta pacífica e coletiva: “Não negociamos a floresta, não silenciamos diante da injustiça, e não recuamos diante da violência”.

A reunião do GCF Task Force é considerada um dos principais fóruns internacionais sobre clima e floresta. A presença de lideranças políticas e ambientais, incluindo representantes do governo federal e de entidades internacionais, conferiu visibilidade ao episódio e reacendeu o debate sobre o direito à livre manifestação no Acre.

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