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O café brasileiro mantém-se como um dos pilares do agronegócio nacional, mesmo após os Estados Unidos imporem tarifas de 50% sobre o produto. Em setembro, o grão foi o terceiro item mais exportado do setor, movimentando US$ 1,18 bilhão — alta de 11% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o preço médio da tonelada atingiu US$ 6 mil, valorização de 37,8%, compensando parcialmente a queda de 19,5% no volume embarcado, que somou 195,8 mil toneladas.
Antes do chamado “tarifaço”, os EUA eram o principal destino do café brasileiro, mas em setembro as importações caíram 12% em relação a julho, totalizando 17,7 mil toneladas. Em contrapartida, países como a Colômbia — tradicional concorrente do Brasil na produção de arábica — ampliaram significativamente suas compras. O país vizinho importou mais de 7 mil toneladas, aumento de 461% frente a setembro de 2024 e salto de 586% em receita.
O avanço colombiano é atribuído à queda na produção interna e à tentativa de suprir a demanda local, afetada por fatores climáticos e menor investimento na cafeicultura. Analistas descartam a hipótese de triangulação e destacam que o movimento reforça a competitividade e a solidez do Brasil no mercado internacional, mesmo sob sanções e volatilidade cambial.
Atualmente, os principais destinos do café brasileiro são Alemanha (20,4%), Itália (10,1%) e Estados Unidos (8,9%). Mesmo diante das barreiras impostas, o país segue líder mundial em exportações, consolidando-se como referência global em qualidade e oferta — e, agora, fornecedor até para seus concorrentes diretos.
