Foto: CNA
Durante a Cúpula dos Agricultores da COP 30, realizada em Brasília, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu que o mundo reconheça a importância da agricultura tropical como parte das soluções para o clima. O evento, promovido em parceria com a Organização Mundial dos Agricultores (WFO), reuniu representantes de 19 países e abriu espaço para discutir o papel dos produtores rurais nas negociações climáticas globais.
Martins ressaltou que o Brasil é referência em produção sustentável, com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, recuperação de pastagens e uso de tecnologias de baixo carbono. Para ele, é necessário que as políticas internacionais reconheçam as particularidades da agricultura tropical e garantam uma transição justa, com acesso a financiamentos, métricas adequadas e sem penalizações comerciais unilaterais.
“Precisamos de políticas e financiamentos que respeitem nossas condições e garantam uma transição justa. É hora de ouvir quem está na linha de frente”, afirmou o presidente da CNA.
O debate também contou com a participação da Embrapa, representada por Daniel Trento, que destacou a necessidade de ampliar o financiamento e o acesso à tecnologia para acelerar a adoção de práticas sustentáveis no campo. Segundo ele, “transferir tecnologia exige investimento, e a discussão sobre quem vai financiar essa transição é central na COP”.
O presidente da WFO, Arnold Puech, reforçou a mensagem da cúpula, afirmando que qualquer decisão sobre ação climática deve começar ouvindo os produtores. “Muitas políticas são criadas longe da realidade rural, e é por isso que falham. Se a COP 30 quer sair das intenções para as ações, é preciso começar com os agricultores”, afirmou.
O encontro encerrou com um consenso: os agricultores são protagonistas das mudanças necessárias e precisam ser reconhecidos como parte essencial das soluções para a sustentabilidade global. (Com informações do Estadão)
