Foto: Wenderson Araujo
A China anunciou a redução da tarifa aplicada à soja norte-americana de 23% para 13%, após reunião entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump. A decisão, divulgada pela comissão de tarifas do Conselho de Estado chinês na quarta-feira, 5, passa a valer a partir de 10 de novembro e faz parte de um pacote de medidas que remove tarifas de até 15% sobre alguns produtos agrícolas dos Estados Unidos.
Mesmo com o corte, o Brasil segue em posição mais competitiva no mercado chinês. Segundo a analista da AgRural, Daniele Siqueira, a soja brasileira destinada ao embarque em dezembro chega à China cerca de US$ 45 por tonelada mais barata do que a norte-americana, embarcada pelos portos do Pacífico Noroeste (PNW). “Se não fosse a tarifa, os preços seriam praticamente os mesmos, com os Estados Unidos ligeiramente mais baratos”, explicou.
Antes da redução, a soja dos EUA enfrentava três tipos de tarifas: 3% de tarifa geral aplicada a todos os exportadores, 10% de tarifa retaliatória e 10% de tarifa recíproca, totalizando 23%. A medida anunciada pelo governo chinês elimina apenas a tarifa retaliatória, mantendo a tarifa final em 13%.
A decisão indica uma tentativa de reaproximação comercial entre as duas potências, mas, na avaliação de Siqueira, ainda não muda o cenário global. “Mesmo com o alívio tarifário, a soja brasileira continua mais atrativa. As compras chinesas devem ocorrer principalmente por meio das estatais, enquanto empresas privadas tendem a manter o foco no produto brasileiro”, avaliou.
Com a demanda da China representando mais de 60% das importações globais de soja, o movimento segue observado de perto por analistas e produtores. O Brasil, principal fornecedor do grão ao país asiático, mantém ampla vantagem nas negociações, impulsionado por volume de oferta, logística consolidada e preço competitivo. (Com informações do Estadão)
