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A China não importou soja dos Estados Unidos pelo segundo mês consecutivo em outubro, segundo dados da Alfândega chinesa, abrindo espaço para um salto nas importações brasileiras. Em contrapartida, as compras chinesas de soja vinda do Brasil cresceram 28,8% no mês, totalizando 7,12 milhões de toneladas, o que representa 75,1% do total importado pelo país asiático.
As importações totais de soja pela China atingiram 9,48 milhões de toneladas em outubro, o maior volume para este mês na série histórica.
De janeiro a outubro de 2025, a China comprou 70,81 milhões de toneladas de soja do Brasil um crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O abandono das compras americanas ocorre num momento de tensão comercial entre Washington e Pequim. De acordo com analistas, a China estaria evitando riscos de fornecimento e diversificando sua origem de soja diante das tarifas impostas aos grãos norte-americanos.
Autoridades chinesas já afirmaram que a soja brasileira é um substituto confiável para os grãos americanos, reforçando o papel do Brasil como fornecedor estratégico.
Especialistas também destacam que a dependência chinesa da soja brasileira tende a crescer ainda mais, especialmente considerando a competitividade e volume da produção sul-americana.
Para o Brasil, esse movimento significa uma oportunidade de consolidar sua presença no maior mercado mundial de soja. Já para os Estados Unidos, a perda de participação na China representa um golpe importante para seu agronegócio, que historicamente conta com o gigante asiático como cliente-chave.
A situação reforça a tendência de realinhamento nas cadeias globais de comércio agrícola, com o Brasil tornando-se cada vez mais central no fornecimento de oleaginosas para a Ásia.
Apesar do bom momento para os exportadores brasileiros, há riscos estruturais: variações climáticas nas safras, gargalos de logística e transporte, e a dependência de mercados externos podem comprometer a sustentabilidade desse crescimento.
Por outro lado, os EUA enfrentam pressão para encontrar novos mercados para sua soja, em meio à restrição chinesa e à concorrência sul-americana. (Com informações UOL)
