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O Complexo Industrial do Café inaugurado no último sábado, em Mâncio Lima, no interior do Acre, provocou mais do que entusiasmo entre produtores e autoridades locais. O evento também despertou o interesse do ex-governador do Amapá e atual diretor executivo da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Camilo Capiberibe, que participou da cerimônia e saiu do município animado com as possibilidades de replicar a experiência em seu estado de origem.
“Fiquei com vontade de plantar café lá no Amapá. Quem sabe não me torno cafeicultor também?”, brincou o dirigente, ao destacar a importância do empreendimento para o desenvolvimento regional. Segundo ele, a estrutura montada no Juruá vai além da produção. “O que vi aqui é histórico, é uma estrutura que vai transformar a vida de muita gente. Vai gerar riqueza, mas o melhor é que vai ser uma riqueza distribuída entre quem produz”, afirmou.
Capiberibe reforçou que a experiência da Coopercafé, cooperativa responsável pela consolidação do projeto, é exemplo de organização e pode inspirar outras regiões da Amazônia. “O Acre pode levar para o Amapá esse exemplo de organização das cooperativas. Temos que pensar a Amazônia de forma integrada, da Foz à Nascente. Um intercâmbio entre os estados pode fortalecer ainda mais nossa agricultura familiar.”
A visita também trouxe lembranças. O ex-governador contou que morou em Cruzeiro do Sul há quatro décadas e conheceu Mâncio Lima quando a cidade tinha pouco mais de 3 mil habitantes. “Hoje vejo mais de 20 mil pessoas vivendo aqui e muita coisa se transformando graças à coragem dos produtores e à valorização da produção local.”
Ao final da visita, Capiberibe destacou que agregar valor à produção rural é essencial para promover crescimento sustentável na região. “Esse é o caminho para que a Amazônia possa crescer sem destruir, gerando renda e oportunidades para quem vive aqui.”
A fala do dirigente reforça o potencial do novo Complexo do Café como referência não apenas para o Acre, mas para toda a Amazônia Legal, conectando histórias, saberes e práticas que valorizam a agricultura familiar como motor de desenvolvimento.